Justiça afasta 777 Partners do controle da SAF do Vasco
A 4ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou o fundo de investimentos americano 777 Partners do controle da SAF do Vasco, que voltou para o clube associativo.
O magistrado Paulo Assed aceitou o pedido do Vasco retirou a empresa do controle da SAF do clube em decisão de caráter liminar.
Em nota oficial, a 777 Partners denunciou uma "aberração jurídica" que "coloca em xeque não apenas o futuro do Vasco da Gama, mas o sistema do futebol brasileiro como um todo".
O fundo anunciou que irá apresentar uma defesa no processo para derrubar a liminar assim que receber a notificação da justiça.
A medida se soma aos problemas que o fundo enfrenta em vários países. Nos Estados Unidos, está sendo processado por uma suposta fraude em um empréstimo de US$ 350 milhões (R$ 1,7 bilhão, na cotação atual).
As suspeitas sobre os problemas financeiros da empresa também afetam outros clubes sob seu controle, como o belga Standard de Liège, o espanhol Sevilla, o alemão Hertha Berlin e o italiano Genoa, entre outros.
O grupo comprou o controle de 70% da SAF do Vasco em setembro de 2022 por cerca de R$ 700 milhões, com a promessa de acabar com as dívidas do clube e investir no futebol.
As notícias sobre a situação financeira e atrasos de pagamento da 777 Partners motivaram o Vasco a entrar com uma ação na justiça, que tramita em segredo, para retirar o controle do fundo americano.
A liminar suspende contrato de venda da SAF do Vasco à 777 Partners, que passa a ter 30% das ações, transformando o clube associativo, presidido pelo ex-jogador e ídolo Pedrinho, em sócio majoritário.
Em um comunicado divulgado nesta quinta-feira (16), o clube explicou que tomou a decisão de entrar na justiça para "preservar o patrimônio do Vasco da Gama Sociedade Anônima do Futebol".
- "Incertezas jurídicas" -
O fundo de investimentos continuará como sócio da SAF, mas de forma minoritária, com 30% da participação e com suas obrigações vigentes, ressaltou o clube em nota.
Segundo o Vasco, a medida foi necessária diante do "risco de penhora ou uso das ações da VascoSAF como garantia em potenciais cenários de falência ou insolvência da 777".
"O Vasco segue firme no propósito de garantir o funcionamento eficaz da VascoSAF, evitando as incertezas jurídicas causadas pela crise financeira da 777, que ameaça e expõe a grave risco a estabilidade da operação", acrescentou o clube.
As relações entre Vasco e 777 Partners são conturbadas há meses. No campo esportivo, os maus resultados da equipe, que se salvou do rebaixamento para a Série B na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, e o início de temporada aquém do esperado provocaram protestos da torcida vascaína.
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