Princesa das Astúrias premia cientistas do medicamento Ozempic

Cinco especialistas dos Estados Unidos, Canadá e Dinamarca, cujos estudos levaram ao desenvolvimento de medicamentos para combater a diabetes e a obesidade, como o Ozempic, foram premiados nesta quarta-feira (5) na Espanha com o Prêmio Princesa das Astúrias de Pesquisa Científica.

"As pesquisas dos cientistas premiados estabeleceram as bases endócrinas da diabetes e da obesidade, patologias proeminentes que constituem um problema de saúde pública global sem tratamento eficaz até a data", disse o júri do prêmio, atribuído pela Fundação Princesa das Astúrias, herdeira do trono espanhol. 

Trata-se dos pesquisadores americanos Jeffrey Friedman, Joel Habener, Svetlana Mojsov (também de nacionalidade macedônia), o canadense Daniel Drucker e o dinamarquês Jens Juul Holst, que estiveram por trás do "grande avanço no tratamento da diabetes tipo 2" dos últimos anos, afirmou um comunicado de imprensa da fundação.

Esse salto foi possível graças ao uso da semaglutida, substância que "desempenha um papel de contrapeso da insulina no equilíbrio do açúcar no sangue", segundo o texto. 

Por tê-la como princípio ativo, o Ozempic tem se mostrado muito eficaz no combate à diabetes. Mas a semaglutida também atua como um forte inibidor de apetite, "o que tornou o Ozempic um sucesso" no tratamento da obesidade, acrescentou. 

Drucker, Habener, Holst e Mojsov trabalharam desde a década de 1970 em seus diferentes laboratórios em estudos que lhes permitiram descobrir as propriedades da semaglutida.

Por sua vez, Friedman é creditado pela descoberta de um hormônio, a leptina, que "atua na região do cérebro que controla o apetite", que também tem sido fundamental no combate à obesidade, observou a fundação. 

Os resultados dos estudos dos cinco cientistas "estão melhorando a qualidade de vida de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo", saudou a fundação.

- Penúltimo prêmio do ciclo -

O Prêmio de Pesquisa Científica e Técnica é o sétimo dos oito desta edição dos prêmios, considerados os de maior prestígio do mundo ibero-americano, que são atribuídos anualmente, e ao ritmo de um por semana, pela Fundação Princesa das Astúrias. 

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Fundados em 1981, eles são dotados de 50 mil euros (cerca de R$ 284 mil) e uma escultura criada pelo falecido artista catalão Joan Miró. 

No ano passado, nesta categoria, o reconhecimento foi para os biólogos americanos Bonnie Bassler, Jeffrey Gordon e Peter Greenberg, pelos estudos contra bactérias resistentes.

Em outras edições, o prêmio foi atribuído aos cientistas responsáveis pela descoberta do RNA mensageiro, que permitiu desenvolver diversas vacinas contra a covid-19 em tempo recorde, e a matemáticos que promoveram o processamento de dados. 

No dia 12 de junho terminarão os anúncios desta edição, com o prêmio Princesa das Astúrias da Concórdia.

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© Agence France-Presse

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