Do Brasil à Ucrânia, risco de novo mandato de Trump redesenha geopolítica
![Pessoas assistem ao debate presidencial da CNN entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o ex-presidente republicano, Donald Trump, em Los Angeles, Califórnia. Pessoas assistem ao debate presidencial da CNN entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o ex-presidente republicano, Donald Trump, em Los Angeles, Califórnia.](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/e6/2024/06/28/27jun2024---pessoas-assistem-ao-debate-presidencial-da-cnn-entre-o-presidente-dos-eua-joe-biden-e-o-ex-presidente-republicano-donald-trump-em-los-angeles-california-biden-e-trump-enfrentaram-se-no-1719545869851_v2_450x450.jpg)
Joe Biden foi muito mal no debate. Não conseguia terminar frases, confundia raciocínios. Tinha que mostrar que não era um velhinho e fracassou miseravelmente. Essa é a avaliação geral. Mas e agora? A respiração do mundo está em suspenso. O risco de uma nova presidência de Donald Trump é real com todas as suas consequências, inclusive para o Brasil.
As pesquisas são um pouco díspares, mas levantamento do New York Times divulgado em maio mostrou Trump à frente de Biden em dois dos seis "swing states" — os Estados que decidem a eleição. Em outros três está numericamente à frente dentro da margem de erro.
Se Trump ganhar, a geopolítica global muda. Vladimir Putin e Benjamim Netanyahu estão propositadamente esticando as guerras, respectivamente, na Ucrânia e em Gaza, porque sabem que ganham a simpatia dos Estados Unidos se Trump sair vencedor.
A política de combate às fake news e de defesa da democracia terá um giro de 180 graus, afinal Trump é o grande "inspirador" do movimento de uso de notícias falsas como ferramenta política. Lideranças de extremas direita chegaram ou ameaçam chegar ao poder em cantos tão distintos do planeta como a Argentina ou a França.
No Brasil, não haverá consequências imediatas para as eleições de 2026, já que o pleito muitas vezes é decidido por questões internas como economia, segurança, saúde, mas evidentemente a polarização acirra e o bolsonarismo cantará vitória.
Assim como por aqui debates não costumam ter influência tão grande na eleição, por lá também muito se fala sobre eles, mas o impacto real é pequeno. Mas o debate de ontem foi atípico. Nunca um presidente almejando se manter na Casa Branca foi tão mal.
O partido Democrata ainda tem tempo. A troca é um movimento evidentemente arriscado, mas o governador da Califórnia, Gavin Newson, aparece como uma opção. A ver se Biden se mantem na corrida para desespero de muitos democratas nos Estados Unidos e de defensores da democracia no mundo todo.
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