Imagens de palestino amarrado a jipe militar israelense provocam indignação

Soldados israelenses amarraram um palestino ferido na frente de um veículo militar durante uma operação na cidade de Jenin, Cisjordânia, confirmou neste domingo o Exército, que admitiu ter violado os protocolos operacionais.

As imagens do incidente, que aconteceu no sábado (22), viralizaram e mostram um homem amarrado ao capô de um jipe militar israelense enquanto o veículo avança por uma passagem estreita.

Segundo fontes médicas, o homem é Mujahid Raed Abbadi, de 24 anos, natural do campo de refugiados de Jenin, mas que estava na casa de amigos em Jabriyat, entre Burin e Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada.

O Exército afirmou que o homem ficou ferido durante uma "operação antiterrorista" que procurava suspeitos na área.

Durante o tiroteio entre soldados e milicianos, um suspeito ficou ferido e foi capturado, afirma o comunicado militar.

"Em violação às ordens e protocolos operacionais, o suspeito foi levado pelas forças e amarrado ao veículo", confirmou o Exército de Israel, admitindo que esta forma de ação "não está de acordo" com seus valores e que investigará o ocorrido.

O homem ferido foi entregue ao Crescente Vermelho palestino.

Abbadi explicou à AFP que foi ferido por tiros e permaneceu por mais de duas horas sem conseguir se movimentar atrás de um veículo militar israelense.

"Quando (os soldados) chegaram ao meu nível, pisaram na minha cabeça, me agrediram no rosto, nas pernas e nas mãos, que estavam feridas. Eles riam", disse.

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Os militares o "jogaram sobre o capô do jipe", que estava queimando, segundo o palestino.

Médicos do hospital Ibn Sina de Jenin confirmaram que Abbadi está internado no local.

Abbadi, com "uma fratura e lesões", foi submetido a uma cirurgia de emergência e terá que passar por outras operações, afirmou Bahaa Abu Hamad, cirurgião do hospital.

"Ele tem uma queimadura nas costas, da nuca até a parte inferior das costas", acrescentou.

Jenin é um reduto de grupos armados palestinos e o Exército israelense efetua operações com frequência na região.

A violência na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, aumentou desde o início da guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza, em 7 de outubro.

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Ao menos 553 palestinos morreram na Cisjordânia em ações das tropas de dos colonos israelenses desde o início da guerra de Gaza, segundo as autoridades palestinas.

Além disso, ao menos 14 israelenses morreram em ataques de palestinos no mesmo período, segundo um balanço da AFP baseado em dados divulgados pelas autoridades israelenses.

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© Agence France-Presse

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