Ex-presidente da Americanas é preso em Madri

O ex-presidente da Americanas Miguel Gutiérrez, suspeito de estar envolvido em fraude contábil de 25,3 bilhões de reais, foi preso em Madri, informou a Polícia Federal nesta sexta-feira (29). 

"Confirmamos sua prisão", indicou a PF em um e-mail enviado à AFP, sem dar detalhes sobre a possível extradição de Gutiérrez, que tem dupla nacionalidade brasileira e espanhola e que estava incluído na Difusão Vermelha da Interpol. 

Presidente do grupo entre 2003 e 2022, Gutiérrez era alvo, junto de outros membros da direção das Americanas, da operação Disclosure da PF lançada na quinta-feira, com duas ordens de prisão e 15 mandados de busca e apreensão. 

Anna Christina Ramos Saicali, ex-diretora da empresa sobre quem também pesa uma ordem de prisão, ainda não foi localizada pelas autoridades. 

A varejista, que conta atualmente com mais de 1.700 lojas no Brasil, declarou na quinta-feira que foi "vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos". 

O escândalo estourou em janeiro de 2023, quando a empresa denunciou "incoerências em suas contas no valor de bilhões de reais, vinculadas especialmente a operações de financiamento de compras que não estavam "corretamente refletidas" no balanço. 

As ações da Americanas despencaram imediatamente na Bolsa de São Paulo e a empresa passou por um processo de recuperação judicial. 

Segundo a PF, "a maior fraude da história do mercado financeiro brasileiro" provocou um rombo contábil de 25,3 bilhões de reais. 

O valor de mercado da empresa inflou artificialmente em consequência dessa fraude. 

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© Agence France-Presse

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