Putin vê os talibãs afegãos como 'aliados' na luta contra o terrorismo

O presidente russo, Vladimir Putin, cujo país sofreu vários ataques nos últimos meses, disse nesta quinta-feira (4) que considera os talibãs, no poder no Afeganistão, como "aliados na luta contra o terrorismo".

"Devemos assumir que os talibãs exercem o poder no seu país. E neste sentido os talibãs são, obviamente, nossos aliados na luta contra o terrorismo, porque qualquer autoridade está interessada na estabilidade do Estado que governa", declarou Putin em coletiva de imprensa em Astana, capital do Cazaquistão.

Moscou anunciou em maio sua intenção de retirar o movimento talibã de sua lista de "organizações terroristas", mais de três anos e meio depois de seu retorno ao poder no Afeganistão e ante a preocupação de um possível contágio jihadista na Ásia Central, considerada pela Rússia sua área de influência. 

A Rússia se mostrou conciliadora desde o retorno dos talibãs ao poder em agosto de 2021, graças à promessa de que não permitissem o estabelecimento de organizações mais radicais. 

Putin disse que o governo talibã "assumiu alguns compromissos", mas que segue havendo "questões que necessitam de atenção constante dentro do país e por parte da comunidade internacional". 

"Estou seguro de que também interessa aos talibãs que tudo esteja estável no Afeganistão", declarou. 

Desde sua volta ao poder, os talibãs aplicam uma interpretação ultra-rigorosa do islã e multiplicam as medidas repressivas contra as mulheres, uma política qualificada pela ONU de "apartheid de gênero". 

A Rússia sofreu vários atentados mortíferos nos últimos meses, entre eles o da sala de concertos Crocus City Hall em março. 

O ataque deixou 145 mortos e foi reivindicado pelo ramo afegão do Estado Islâmico, que combate o poder talibã. 

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© Agence France-Presse

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