Criança morre em primeiro ataque letal com drone na Colômbia

Uma granada lançada de um drone matou um menino de dez anos na noite de terça-feira (23) no município de Argelia (sudoeste), o primeiro ataque letal com aeronaves não tripuladas na Colômbia, atribuído pelo Exército a dissidentes das antigas Farc.

"O jovem Dylan foi assassinado devido ao lançamento de granadas com os drones que têm sido usados contra as tropas no Cânion de Micay", disse o general Federico Mejía, comandante do Comando Específico de Cauca, em um vídeo divulgado na rede social X.

A granada caiu em um campo de futebol no povoado de El Plateado, reduto dos rebeldes que se distanciaram do acordo de paz que desarmou a maior parte da guerrilha das Farc em 2017. 

O dirigente conhecido com o codinome "Giovanni é o responsável por esta atividade criminosa, atroz e doentia, ocorrida ontem", acrescentou Mejía. 

O ministério da Defesa ofereceu uma recompensa equivalente a 15.000 dólares (R$ 84,5, na cotação atual) por informação sobre o paradeiro de Giovanni, que pertence à estrutura Carlos Patiño, grupo afastado dos diálogos de paz que as autoridades apontam, juntamente com outras facções dissidentes das Farc, como responsáveis por violar uma trégua pactuada com o governo.

"Fortalecemos a ofensiva militar para proteger a população e capturar os responsáveis pelo ataque", afirmou no X o ministro da Defesa, Iván Velásquez.

Consultada pela AFP, uma liderança dissidente da área negou que suas tropas tenham sido responsáveis e acusou o Exército de ter lançado o artefato. 

Fontes do Ministério da Defesa indicaram à AFP que esta é a primeira morte por ataques deste tipo no país.

Em junho passado, o Exército registrou 17 ataques em seis semanas, sem deixar mortos, em uma modalidade inédita nas seis décadas de conflito armado na Colômbia.

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Ao contrário do uso sofisticado em guerras como na Ucrânia, onde foram reportadas operações militares com 'drones camicase', os guerrilheiros colombianos lançam explosivos de drones comerciais.

O Estado ainda não usa drones de combate contra os subversivos.

A AFP obteve de uma fonte oficial transcrições de telefonemas interceptados de membros das dissidências, nos quais discutem seus planos para efetuar ataques com drones.

Em Popayán, capital do Cauca, a prefeitura proibiu o sobrevoo de drones após um ataque com explosivos em 7 de junho contra um posto da polícia.

Autoridades locais do departamento assinalaram que os drones dos dissidentes não têm tecnologia suficiente para marcar alvos precisos, e por isto estão impactando arredores de prédios civis, como escolas.

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© Agence France-Presse

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