Temor de recessão nos Estados Unidos derruba Bolsas na Ásia e Europa

As Bolsas desabaram nesta segunda-feira (5) como consequência da crescente preocupação dos investidores com a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos.

"Há um caos no mercado financeiro", afirmou Stephen Innes, analista da SPI Asset Management, e o "gatilho" foi o relatório sobre o emprego nos Estados Unidos publicado na sexta-feira, que mostrou uma desaceleração maior do que o previsto, com uma taxa de desemprego de 4,3% em julho.

Os três principais índices de Wall Street caíram na abertura: Nasdaq perdeu 3,10% até as 14h GMT (11h em Brasília), arrastado pela queda das gigantes tecnológicas americanas, o índice ampliado S&P 500 caiu 2,48% e o Dow Jones teve a redução de 2,11%.

As Bolsas europeias também terminaram em forte queda na segunda-feira. Paris perdeu 1,42%, Londres 2,04%, Frankfurt 1,82%, Madrid 2,34% e Milão 2,27%.

Na Ásia, o Nikkei 225, principal índice da Bolsa japonesa, desabou 12,4% nesta segunda, a pior queda em pontos de sua história.

O endurecimento da política monetária do Banco do Japão e a valorização do iene se somaram aos temores de recessão nos Estados Unidos, provocando a redução do índice japonês.

Taiwan e Seul caíram mais de 8%.

Os números do emprego nos EUA deram aos investidores a impressão de que "o Federal Reserve [Fed, banco central americano] pode ter adiado os cortes nas taxas de juros por muito tempo, arriscando causar uma recessão", analisou Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS Global Wealth.

Para combater a inflação, o Fed elevou suas taxas de juros a seu nível mais alto em 20 anos, entre 5,25% e 5,50%, uma tentativa de desacelerar a economia americana.

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Até o momento, analistas estimam que a situação econômica no país se mantinha sólida, crescia ligeiramente e a inflação havia desacelerado, um "pouso suave" após a pandemia de covid-19.

Mas agora os mercados acreditam que o Federal Reserve terá que cortar suas taxas de forma mais acentuada do que o planejado para evitar uma recessão. 

As expectativas de um corte do Fed foram refletidas nas taxas no mercado de títulos: cujo os a dois anos caíram para 3,79% por volta das 14h00 GMT (11h em Brasília) e os a 10 anos ficaram em 3,72%, em comparação a 3,79% no fechamento de sexta-feira.

O petróleo também foi afetado pelos temores de uma recessão e o preço do Brent do Mar do Norte perdeu 0,89%, a US$ 76,13 (R$ 401 na cotação atual), por volta das 11h.

Seu equivalente nos EUA, o West Texas Intermediate (WTI), caiu 0,95%, para US$ 72,82 (R$ 384) o barril, pouco depois da queda para o seu menor número em seis meses. 

Já o iene subiu acentuadamente. A moeda japonesa valorizou 2,74% em comparação ao dólar, sendo 142,62 ienes por dólar, e 2,10% face ao euro, de 156,58 ienes por euro.

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© Agence France-Presse

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