Israel aceita 'pausas humanitárias' para vacinação contra poliomielite em Gaza

Israel aceitou ao menos três dias de "pausa humanitária" em Gaza para permitir que funcionários de saúde da ONU administrem vacinas contra a poliomielite no território palestino, informou nesta quinta-feira (29) a Organização Mundial da Saúde (OMS).

"De acordo com o que discutimos e concordamos, a campanha começará em 1º de setembro, no centro de Gaza, durante três dias, e haverá uma pausa humanitária durante a vacinação", disse Rik Peeperkorn, representante da agência para os territórios palestinos.

A campanha de vacinação também cobrirá o sul e o norte da Faixa de Gaza, que terão três dias cada um, detalhou Peeperkorn aos jornalistas, acrescentando que Israel, que está em guerra contra o movimento islamista Hamas, concordou em permitir um dia extra, se necessário.

O objetivo é imunizar mais de 640.000 crianças menores de 10 anos.

"Enfatizamos a importância crucial de que todas as partes cumpram os compromissos assumidos", instou Michael Ryan, diretor-geral adjunto da OMS, ao Conselho de Segurança da ONU.

Ryan disse que já foram enviadas 1,26 milhão de doses da vacina NoPV2 para Gaza e que ainda restam outras 400.000 por chegar.

A vacina é administrada por via oral em duas gotas, embora os trabalhadores de saúde tenham que retornar dentro de quatro semanas para aplicar mais duas doses a cada criança. Uma nova pausa humanitária não foi discutida até o momento.

Oren Marmorstein, porta-voz de Assuntos Exteriores de Israel, confirmou na rede social X que seu governo "coordenou uma operação em grande escala com a OMS e o Unicef para vacinar as crianças da Faixa de Gaza contra a poliomielite".

O Hamas, por sua vez, disse que apoia a "trégua humanitária da ONU".

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Robert Wood, embaixador adjunto dos Estados Unidos nas Nações Unidas, considerou que é "vital que esta campanha seja realizada sem demora" e pediu a Israel que "facilite o acesso" e "garanta períodos de calma" no conflito.

O vírus da poliomielite é altamente infeccioso e se espalha com mais frequência através de águas residuais e de água contaminada, um problema cada vez mais comum em Gaza, com grande parte das infraestruturas destruídas.

A doença afeta principalmente crianças menores de cinco anos. Pode causar deformidades e paralisia e até levar à morte.

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© Agence France-Presse

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