Arábia Saudita fracassa em tentativa de ocupar assento no Conselho de Direitos Humanos da ONU

A Arábia Saudita não conseguiu entrar para o Conselho de Direitos Humanos da ONU, cuja missão é proteger as liberdades fundamentais em todo o mundo, ao qual ingressaram 18 novos membros nesta quarta-feira (9), entre eles Bolívia, Colômbia, México e Espanha.

A monarquia do Golfo recebeu 117 votos e ficou em último entre os seis candidatos da região Ásia-Pacífico para ocupar um dos cinco assentos em jogo para o período 2025-2027.

Este é o segundo fracasso consecutivo da candidatura saudita após o país ficar em último em sua tentativa de ingressar no conselho em 2020 em uma votação secreta.

Em contrapartida, Etiópia e Catar estão entre os novos membros escolhidos para fazer parte do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que tem sede em Genebra (Suíça), apesar das denúncias de ativistas sobre as violações cometidas nesses países.

A negação de uma cadeira à Arábia Saudita neste órgão "é importante", afirma a ONG Reprieve, pois, "durante muito tempo, o regime de [o príncipe herdeiro] Mohammed bin Salman agiu como se tivesse total impunidade para cometer graves abusos contra os direitos humanos, com a certeza de que seus aliados internacionais fariam vista grossa".

A diretora do programa do Serviço Internacional para os Direitos Humanos, Tess McEvoy, afirmou que "quando lhes foi dada a possibilidade real de escolher, os Estados votaram contra o candidato menos merecedor, negando-se a conceder a poderosos atores que violam os direitos básicos uma maior capacidade de distorcer a seu favor os principais processos de direitos humanos".

Bolívia, Colômbia e México serão os novos membros da região da América Latina, que se somam a Brasil, Chile, Costa Rica, Cuba e República Dominicana. Na Europa, foram escolhidos Espanha, Islândia e Suíça.

Os cinco postos vacantes na região Ásia-Pacífico foram para Chipre, Ilhas Marshall, Catar, Coreia do Sul e Tailândia. Já em relação à África, havia apenas cinco candidatos para as cinco vagas, o que significa que Benim, República Democrática do Congo, Etiópia, Gâmbia e Quênia vão ocupar postos no conselho no ano que vem.

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© Agence France-Presse

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