Trump 2025, um mandato com mais poder que em 2017

Com a possibilidade de adicionar a Câmara dos Representantes às vitórias recentes, junto com o Senado e a Casa Branca, Donald Trump se tornará em janeiro um dos presidentes com maior poder na história dos Estados Unidos, diante de quem os contrapesos são limitados.

Cinco aspectos fundamentais o ajudam a consolidar suas bases:

- Legitimidade democrática -

Na tarde desta quinta-feira, com cinco milhões de votos de vantagem, Trump parece pavimentar o caminho para ganhar também o voto popular em relação à democrata Kamala Harris.

Se isso for confirmado, Trump será o primeiro presidente republicano em 20 anos a alcançar esse feito, o que coloca em dúvida as pesquisas que previram o contrário.

O presidente eleito, de 78 anos, já conquistou e ultrapassou a maioria necessária do Colégio Eleitoral, com uma vantagem que ainda pode aumentar à medida que os resultados dos estados do Arizona e Nevada, onde as contagens o colocam na frente, sejam confirmados.

Se for declarado vencedor nesses dois últimos estados, Trump terá conquistado os sete estados decisivos.

"Os Estados Unidos nos deram um poderoso mandato sem precedentes", declarou na quarta-feira.

Ao contrário das eleições de 2016, em que Hillary Clinton obteve mais votos que Trump, desta vez o republicano poderá se apoiar nessa legitimidade popular, especialmente perante os juízes que o processam e a quem ele acusa de serem corruptos.

- Congresso aliado -

Ainda resta definir cerca de trinta cadeiras das 435 da Câmara dos Representantes, mas os republicanos lideram a corrida para manter sua maioria.

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Na terça-feira, o grupo de Trump já retomou o controle do Senado, a Câmara alta do Congresso. Este órgão crucial do poder federal possui atribuições muito importantes, especialmente sobre a nomeação ou destituição de figuras-chave do Executivo, além da confirmação de magistrados federais.

Além disso, o presidente eleito tratou de sufocar qualquer dissidência dentro de seu partido, que, a partir de agora, adota sua linha "Make America Great Again" (Fazer os Estados Unidos Grandes Novamente).

- Una imunidade inédita -

Trump será o primeiro presidente a assumir suas funções com uma considerável dose de imunidade no exercício do cargo.

Isso se deve à decisão da Suprema Corte de 1º de julho sobre o processo contra Trump por suas tentativas de anular os resultados das eleições de 2020, vencidas pelo democrata Joe Biden.

Essa decisão deu um alívio a Trump, que escapou de três dos quatro processos criminais que temia que pudessem ser realizados este ano. Como chefe de Estado novamente, ele terá agora um horizonte completamente desobstruído.

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- Um governo com seus mais leais -

Um novato na política na época, Trump aceitou, no início de seu primeiro mandato em 2017, cercar-se de funcionários experientes e com vivência no setor público, uma forma de tranquilizar as chancelarias estrangeiras.

Diante do comportamento às vezes imprevisível do presidente, esses elementos moderadores foram apelidados de "os adultos na sala".

Mas, para o segundo mandato, Trump não esconde suas intenções de nomear seus colaboradores mais leais, especialmente aqueles que o ajudaram em sua campanha, entre eles os bilionários Vivek Ramaswamy e Elon Musk.

Trump, que durante sua primeira presidência atacou as decisões soberanas do Fed (banco central dos EUA), terá desta vez a oportunidade de nomear, em 2026, o sucessor do atual presidente do Fed, Jerome Powell, que já advertiu que não renunciará caso o novo presidente peça.

- Reforço conservador na Suprema Corte -

Após ter inclinado a Suprema Corte ao conservadorismo em seu primeiro mandato, com a nomeação de três dos seus nove juízes, Trump terá agora a oportunidade de consolidar essa orientação a longo prazo.

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Dois dos pilares conservadores da Corte, Clarence Thomas e Samuel Alito, de 76 e 74 anos respectivamente, poderiam se aposentar, permitindo que Trump nomeie - vitaliciamente - dois substitutos muito mais jovens.

A Suprema Corte, que decide sobre os temas mais importantes da sociedade e sobre litígios eleitorais, manteria assim sua maioria conservadora possivelmente por décadas.

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© Agence France-Presse

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