'Putin não quer a paz' na Ucrânia nem está disposto a negociar, diz Macron
O presidente russo, Vladimir Putin, "não quer a paz" com Kiev e "não está disposto a negociá-la", afirmou neste domingo (17) o presidente francês, Emmanuel Macron, após um grande ataque da Rússia à rede energética ucraniana.
Depois dessa ofensiva, "acho que está claro que as intenções do presidente Putin são de intensificar seu combate", declarou Macron em Buenos Aires.
"Sejam quais forem suas declarações, ele não quer a paz e não está disposto a negociá-la", acrescentou o presidente da França, que não descartou a possibilidade de voltar a conversar com seu par russo, mas somente quando o "contexto" for favorável.
"Se precisamos saber quais são as intenções do senhor Putin, o que ele acabou de fazer no terreno mostra claramente", declarou.
A já muito frágil rede de energia elétrica da Ucrânia sofreu neste fim de semana um dos ataques russos mais significativos dos últimos meses. Esses ataques, que deixaram 10 mortos e cerca de 20 feridos, levaram as autoridades a anunciar medidas para restringir o consumo de eletricidade em todas as regiões a partir de segunda-feira.
Nesse contexto, "devemos cumprir nossos compromissos com os ucranianos, ou seja, permitir que eles conduzam esta guerra de resistência, entregando-lhes armas e equipamentos", prosseguiu Macron, que falou durante uma coletiva de imprensa antes de partir da Argentina rumo ao Brasil, onde participará da cúpula do G20.
Questionado sobre a iniciativa do chanceler alemão Olaf Scholz, que na sexta-feira teve uma conversa por telefone com Putin, provocando a ira de Kiev, Macron respondeu que não estava ali para comentar. "Acredito que cada líder é completamente livre para tomar iniciativas", disse.
Apesar de deixar aberta a possibilidade de retomar conversas com Putin no futuro, Macron assegurou que, primeiro, é necessário "equipar, apoiar e permitir que a Ucrânia resista. Esta é a chave para os próximos dias e semanas". Além disso, os aliados deste país devem promover "uma paz que não seja a capitulação da Ucrânia".
Por sua vez, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também a caminho do G20, afirmou neste domingo que não tinha "nenhuma intenção de conversar" com Putin e que era necessário "redobrar os esforços para fortalecer" a ajuda à Ucrânia.
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© Agence France-Presse
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