Gendarme argentino vive 'situação grave' na Venezuela, alerta CIDH

O gendarme argentino Nahuel Agustín Gallo, detido ao entrar na Venezuela vindo da Colômbia, "se encontra em uma situação grave e urgente", alertou nesta sexta-feira (3) a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que exige informações de Caracas sobre seu paradeiro e que ele possa se comunicar com sua família.

"Seus direitos à vida e à integridade pessoal enfrentam um risco de dano irreparável na Venezuela", acrescentou a CIDH em comunicado.

O cabo da Gendarmaria Nacional Argentina (GNA) foi preso em 8 de dezembro na Ponte Internacional Francisco de Paula Santander, quando tentava visitar sua parceira venezuelana e o filho de dois anos.

Seus advogados desconhecem seu paradeiro e foram informados de que "a denúncia sobre seu desaparecimento não seria aceita", detalhou o comunicado.

Segundo a CIDH, "funcionários públicos do alto escalão" venezuelano declararam que o gendarme "está detido", sem especificar o número do processo, qual tribunal está encarregado do caso, se ele recebeu cuidados médicos necessários ou o local exato onde se encontra.

O órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA) denuncia que não foram tomadas medidas "para garantir comunicação entre Nahuel Gallo e o país de sua nacionalidade" e que "não existe, no âmbito interno, possibilidades de solicitar proteção" para ele.

Caracas rompeu relações com a Argentina após o presidente Javier Milei não reconhecer a proclamada reeleição do chavista Nicolás Maduro à frente do país nas eleições de 28 de julho.

Desde então, a embaixada argentina em Caracas está sob custódia do Brasil. Em março, seis colaboradores da líder opositora venezuelana María Corina Machado, acusados de "terrorismo", se refugiaram na sede diplomática.

A CIDH exige que o governo de Maduro permita que o gendarme entre em contato com a Argentina, "com sua família e representantes legais de confiança".

Continua após a publicidade

Também insta o líder chavista a tomar medidas "para proteger os direitos à vida e à integridade pessoal" de Gallo. E pede que informe seu paradeiro, se ele passou por um tribunal e se foram apresentadas acusações formais contra ele.

Nesta quinta-feira, uma fonte oficial venezuelana compartilhou fotos e vídeos de Gallo usando um uniforme de presidiário, caminhando em uma quadra esportiva. "Prova de vida do gendarme Gallo. Data: 2 de janeiro de 2025", afirmou a fonte à AFP, reiterando que ele está em Caracas, sem especificar em qual centro de detenção.

Neste sábado, o opositor venezuelano Edmundo González Urrutia, que afirma ter vencido as eleições, se reunirá com Javier Milei em Buenos Aires.

As autoridades da Venezuela oferecem uma recompensa de 100.000 dólares (cerca de 615 mil reais na cotação atual) por informações que levem à captura de González Urrutia, exilado na Espanha desde setembro e que prometeu retornar ao seu país para "tomar posse" em 10 de janeiro, no lugar de Maduro.

erl/nn/ic/aa

© Agence France-Presse

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.