Um mês de caos político na Coreia do Sul

Há um mês, o presidente Yoon Suk Yeol mergulhou a Coreia do Sul em uma grave crise política ao declarar uma efêmera lei marcial pela qual uma ordem de prisão foi decretada contra ele.

A AFP apresenta uma cronologia dos principais acontecimentos desta crise.

- Efêmera lei marcial -

Em 3 de dezembro, às 22h23 (10h23 em Brasília), o presidente Yoon aparece inesperadamente na televisão e declara lei marcial em meio a tensões com a maioria opositora na Assembleia Nacional sobre questões orçamentárias.

O líder alega querer proteger o país das "forças comunistas norte-coreanas" e "eliminar elementos hostis ao Estado". Atividades políticas são proibidas e helicópteros militares pousam no Parlamento. 

Duas horas depois, cerca de 190 deputados conseguem entrar na Assembleia, apesar da oposição dos soldados. Do lado de fora, milhares de pessoas exigem a renúncia do presidente. 

Os deputados aprovam uma moção pedindo o levantamento da lei marcial. Horas depois, o presidente reaparece na televisão para revogar a medida. 

- Moção de impeachment e investigação -

Na tarde de 4 de dezembro, a oposição anuncia que apresentará uma moção de impeachment. Em Seul, milhares de pessoas protestam contra Yoon. 

No dia seguinte, o líder do Partido do Poder Popular (PPP), de Yoon, Han Dong-hoon, diz que se oporá à moção. 

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Ao mesmo tempo, a polícia abre uma investigação por "insurreição", crime que pode ser punível com pena de morte. 

- Fracasso da primeira moção de impeachment -

Em 7 de dezembro, Yoon escapa de uma primeira moção de impeachment porque os deputados de seu partido boicotam a votação. De manhã, ele reapareceu em um discurso à nação pedindo "sinceras desculpas" à população. 

- "Até o último minuto" -

O ministro da Defesa destituído Kim Yong-hyun, acusado de ter pressionado o presidente a impor a lei marcial, é preso em 8 de dezembro. 

Paralelamente, o Partido Democrata, que lidera a oposição, anuncia que tentará uma segunda moção de impeachment em 14 de dezembro. 

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Em 12 de dezembro, Yoon, proibido de deixar o país devido à investigação, diz que lutará "até o último minuto".

- Destituições parlamentares -

O segundo pedido de impeachment foi aprovado em 14 de dezembro com 204 votos a favor, 85 contra, três abstenções e oito votos nulos. Milhares de manifestantes reunidos em frente à Assembleia explodem de alegria. 

Yoon é suspenso de suas funções. O caso segue para o Tribunal Constitucional, que tem seis meses para ratificar ou rejeitar a destituição. 

O primeiro-ministro Han Duck-soo assume a presidência interina, mas em 27 de dezembro também é destituído pela oposição que o acusa de "participar ativamente da insurreição". Seu cargo é ocupado pelo ministro das Finanças, Choi Sang-mok. 

- Acidente de avião -

Com o país chocado com um acidente de avião em 29 de dezembro que matou 179 pessoas, a Justiça emitiu uma ordem de prisão para Yoon no último dia do ano, que ignorou três intimações de interrogatório dos investigadores. 

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É o primeiro mandado de prisão contra um presidente em exercício na história da Coreia do Sul. 

- Mensagem desafiadora -

No dia 1º de janeiro, os investigadores garantem que Yoon será preso o mais tardar no dia 6 de janeiro, dia em que expira o mandado de prisão. 

Centenas de apoiadores do presidente reúnem-se perto da sua residência em Seul. Em uma carta distribuída entre os manifestantes, Yoon garante que lutará "até o fim". 

- Yoon resiste à prisão -

Os agentes encarregados da investigação vão a casa de Yoon em Seul na manhã de 3 de janeiro para executar o mandado de prisão contra ele. 

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No entanto, a equipe encontra resistência por parte dos serviços de segurança do presidente que, segundo a imprensa local, impedem sua prisão. 

No início da tarde, os investigadores suspenderam sua tentativa de prisão devido ao "enfrentamento contínuo" e à "preocupação com a segurança da equipe".

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© Agence France-Presse

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