EUA chama de 'falsa' a acusação de envolvimento em 'complô' contra Maduro

Os Estados Unidos "continuam apoiando uma solução democrática para a crise política na Venezuela" e qualquer alegação de que estão envolvidos "em um complô para derrubar Maduro é categoricamente falsa", disse um porta-voz do Departamento de Estado nesta quinta-feira (9). 

"Como Maduro e seus sócios demonstraram no passado, eles deterão e prenderão, sem justificativa ou devido processo, cidadãos americanos que entrarem na Venezuela", disse o porta-voz à AFP, sob condição de anonimato.

Maduro anunciou a captura de "um alto funcionário do FBI" e "um alto funcionário militar" dos Estados Unidos, entre um grupo de sete "mercenários" supostamente ligados a um complô planejado por Washington, um inimigo recorrente. 

"Eles vieram para realizar ações terroristas contra a paz", disse o presidente em um ato oficial. 

Uma onda de denúncias de detenções foi registrada desde terça-feira à noite, com pelo menos uma dúzia de prisões. 

"Estamos preocupados com os relatos de cidadãos americanos detidos" no país caribenho, acrescentou o porta-voz dos EUA. 

Washington está acompanhando essa questão "de perto", acrescentou ele, na véspera da posse do presidente Nicolás Maduro para o terceiro mandato consecutivo.

Ele lembrou aos americanos que o governo do presidente Joe Biden recomenda "não viajar" para a Venezuela devido "ao perigo que enfrentam". 

A oposição, liderada por María Corina Machado, convocou um dia de protestos contra Maduro nesta quinta-feira, acusando-o de "roubar" as eleições de 28 de julho. 

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Os Estados Unidos reconhecem Edmundo González Urrutia, rival de Maduro nas urnas, como presidente eleito da Venezuela. 

Este opositor, que se encontrou com Biden esta semana na Casa Branca e se exilou na Espanha em setembro após a emissão de uma ordem de prisão contra ele, quer voltar ao país para tomar posse, mas o governo avisou que será preso se pisar em território venezuelano.

A oposição afirma ter vencido as eleições de julho por uma maioria esmagadora contra Maduro, que foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em meio a denúncias de fraude.

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© Agence France-Presse

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