Promotor pede que Suprema Corte rejeite pedido de Trump para impedir anúncio de sentença

O promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, pediu nesta quinta-feira (9) à Suprema Corte dos Estados Unidos que rejeite um pedido do presidente eleito, Donald Trump, para suspender o anúncio da sentença no único caso que o levou ao banco dos réus.

O juiz responsável pelo caso, Juan Merchán, deve anunciar nesta sexta-feira a sentença que será imposta a Trump, depois de o republicano ter sido declarado culpado em maio passado de 34 acusações de falsificação contábil por um júri do Tribunal de Nova York.

O caso envolve o pagamento, na reta final da campanha eleitoral de 2016, de 130 mil dólares (cerca de R$ 415 mil na cotação da época) à ex-atriz pornô Stormy Daniels para que ela mantivesse silêncio sobre um suposto relacionamento extraconjugal ocorrido dez anos antes, o qual o magnata sempre negou.

Aos 78 anos, Trump, que assumirá a presidência em 20 de janeiro, apresentou na quarta-feira um recurso de emergência à Suprema Corte para tentar suspender a sentença, após um tribunal de apelações do estado de Nova York rejeitar sua tentativa de suspender o processo e anulá-lo.

Os advogados de Trump têm se esforçado para evitar que o magnata republicano, o primeiro presidente dos Estados Unidos condenado por um crime, seja sentenciado, apesar de o juiz já ter anunciado que a pena não incluirá prisão.

"Este Tribunal deve decretar uma suspensão imediata dos procedimentos adicionais no tribunal de primeira instância de Nova York para evitar uma grave injustiça e danos à instituição da presidência e às operações do governo federal", argumentaram os advogados de Trump, que frequentemente invocam sua "imunidade presidencial" e alegam que esta "provoca uma suspensão automática" do processo.

A defesa de Trump argumenta que a imunidade judicial concedida a um presidente em exercício deveria ser estendida a um presidente eleito.

Em sua resposta, Bragg refutou tais argumentos, afirmando que Trump era um cidadão comum quando foi "acusado, julgado e condenado por uma conduta que ele admite ser totalmente não oficial".

Bragg também argumenta que a Suprema Corte "não tem jurisdição sobre a gestão de um tribunal estadual em um processo penal em curso" e que impedir a sentença configuraria uma atuação exagerada por parte da mais alta autoridade judicial dos Estados Unidos.

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"Não há base para tal intervenção", declarou Bragg, acrescentando que "o pedido de emergência deve ser negado".

No recurso apresentado ao tribunal de apelações de Nova York, a equipe jurídica de Trump havia solicitado que a sentença fosse adiada enquanto o ex-presidente apelava da condenação, mas a juíza Ellen Gesmer rejeitou o pedido na terça-feira.

Merchán sinalizou na semana passada que não mandaria prender Trump, apesar de o ex-presidente estar sujeito a uma pena de até quatro anos de reclusão.

A sentença, no entanto, marcaria a entrada de Trump na Casa Branca como o primeiro condenado criminalmente a ocupar a presidência dos Estados Unidos.

Este é o único dos quatro casos pelos quais Trump foi acusado que o levou ao banco dos réus.

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© Agence France-Presse

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