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Em São Paulo, Mix Brasil chega à 24ª edição com muita criatividade, diz curador

Elaine Patricia Cruz - Repórter da Agência Brasil

29/10/2016 17h01

O Mix Brasil será realizado entre os dias 9 e 20 de novembro na capital paulista e apresentará 114 filmes de 26 paísesArquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Mesmo afetado pela crise econômica, o Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade chega à sua 24ª edição "com todas as atividades acontecendo", disse o diretor e curador do festival João Federici. O MixLab vai promover o encontro entre cineastas do país e do mundo por meio de apresentação de filmes, palestras, debates e cursos para os jovens cineastas brasileiros. Considerado o maior festival LGBTQ da América Latina, o Mix Brasil começa no dia 9 e prossegue até o dia 20, na capital paulista, apresentando 114 filmes de 26 países, muitos deles premiados em festivais. "Continuamos com o cinema sendo nosso forte e com o teatro com cerca de dez espetáculos", disse Federici, em entrevista à Agência Brasil. "O festival continua com todo esse alvoroço e com todos os problemas financeiros que a gente enfrentou e estamos enfrentando este ano, mas o evento continua inteiro, com todas as atividades." Segundo Federici, a crise foi contornada dentro do festival "com muita criatividade" e uma equipe um pouco mais reduzida, além de uma diminuição na quantidade de filmes estrangeiros. Mas isso será pouco sentido pelo público e nas diversas atividades de cinema, música, teatro, dança e conferências que são promovidas todos os anos pelo evento. O tradicional Show do Gongo, comandado pela atriz Marisa Orth, também não ficará de fora e vai ocorrer no dia 15, a partir das 20h30, no Centro Cultural São Paulo. Apesar da crise, o festival deste ano foi ampliado. "Crescemos em salas. Teremos mais salas este ano. Teremos toda uma programação nos CEUs [Centro Educacional Unificado] da cidade", disse. As crianças terão uma atividade especial no Centro Cultural São Paulo, uma oficina chamada "Fazendo Cinema - Crescendo com a diversidade", coordenada por Christian Saghaard. "Temos uma oficina para crianças de escolas públicas e vamos mostrar como fazer cinema e aprender a fazer cinema com diversidade", afirmou. A abertura do festival, no Auditório Ibirapuera, terá a apresentação do filme O Ornitólogo, do cineasta português homenageado pelo evento este ano, João Pedro Rodrigues. O filme foi premiado em Locarno, na Suíça, este ano, na categoria de melhor direção. Outros filmes premiados e que estarão no festival são É Apenas o Fim do Mundo, de Xavier Dolan (Canadá), vencedor do prêmio do Júri no Festival de Cannes; As Vidas de Thérèse, de Sébastien Lifshitz (França), vencedor da Queer Palm no Festival de Cannes; Kiki, de Sara Jordenö (Suécia/EUA), vencedor do Teddy de melhor documentário em Berlim; Quem Vai Me Amar Agora?, de Barak Heymann e Tomer Heymann (Israel/Reino Unido), vencedor do Panorama Audience Award no Festival de Berlim; e A Intervenção, de Clea DuVall (EUA), prêmio especial do Júri e de melhor atriz em Sundance. Pela segunda vez, dentro do festival, as questões relativas à população LGBTQIA (novo termo, dadotado no lugar de LGBT, que vem gerando polêmica nos Estados Unidos) serão debatidas em cursos, oficinas, encontros e rodas de conversa na Conferência Internacional [SSEX BBOX] & Mix Brasil. "A sexualidade e identidade de gênero têm que ser discutidas em escolas. Isso faz parte de um processo e isso ainda vai causar muito. O festival já ajudou muito e continua ajudando nisso. Nosso público é de 50% de pessoas do segmento LGBTQ e 50% público não LGBT. Ele é um festival que já nasceu com o nome de Mix, ou seja, é para todo mundo. É um festival que não é um gueto, mas que busca todo mundo", disse ele. Mais informações sobre o festival e a programação podem ser encontrados aqui.