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Presidente da UGT defende que reforma da Previdência seja debatida sem pressa

Mariana Branco - Repórter da Agência Brasil

21/02/2017 16h33

O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, defendeu hoje (21) transparência nas discussões sobre a reforma da Previdência. Ele lembrou que o país vive uma crise econômica, com desemprego em alta, o que contribui para a elevação do déficit registrado pela Previdência Social. Para Patah, a discussão sobre a reforma previdenciária é, atualmente, "o tema mais sensível do país". "Se nós não temos confiança nos dados, fazer de forma açodada, sem que haja diálogo com a sociedade em tema tão sensível é no mínimo uma irresponsabilidade", disse ele, durante debate na comissão da Reforma da Previdência na Câmara dos Deputados. "[A reforma] chega em um momento de crise não só política, mas econômica, com 13 milhões de desempregados, com o PIB [Produto Interno Bruto, soma dos bens e riquezas produzidos em um país] caindo. Isso nos deixa em uma insegurança muito grande, pois há diminuição do superávit na área do trabalhador privado", acrescentou Ricardo Patah. Segundo o sindicalista, é preciso analisar com cuidado a situação de alguns municípios do Nordeste, por exemplo. "Existem dados de que a longevidade no Nordeste não passa dos 67 anos. É claro que não podemos fazer uma reforma para cada cidade, para cada bairro. Mas não podemos fazer uma reforma que nos dê a pecha de Previdência contra o nordestino, Previdência contra o jovem pobre". Déficit Por fim, Ricardo Patah sugeriu ações alternativas para diminuir o déficit da Previdência. Entre elas, a cobrança da dívida previdenciária das empresas. Ele reconheceu que grande parte desses débitos é antigo e de difícil cobrança. "Mas tem muita [dívida] lá que se tiver uma empresa adequada [para fazer a cobrança], nós vamos colocar no caixa da Previdência alguns milhões", declarou. Patah participa de audiência pública para discutir o Regime Geral da Previdência Social, que abarca os trabalhadores do setor privado. Ao todo, a Câmara deve realizar nove audiências públicas e um seminário internacional para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que altera o sistema previdenciário brasileiro. A audiência, prevista para começar às 14h, iniciou-se com mais de uma hora de atraso. O motivo é que deputados da oposição questionaram o presidente da comissão, Carlos Marun (PMDB-MS), sobre o fato de ainda não ter sido aprovado um plano de trabalho para as discussões.