Em delação, Joesley cita esquema envolvendo o Mineirão para favorecer Pimentel
Minas Arena, Estádio Governador Magalhães Pinto-Mineirão homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada. Ele e seu irmão, Wesley Batista, prestaram depoimentos que comprometem políticos de diversos partidos e entregaram também gravações de conversas com o presidente da República, Michel Temer (PMDB), e com o senador mineiro Aécio Neves (PSDB). Por decisão do STF, Aécio teve seu mandato suspenso. Defesa A assessoria de Fernando Pimentel divulgou nota em que afirma ser possível perceber que as afirmações de Joesley Batista em relação ao governador não têm nenhum suporte em provas ou evidências materiais. "Novamente, acusações levianas vêm a público sem que a versão do acusador apresente comprovações que sustentem sua versão", acrescenta o texto. Também em nota, A HAP Engenharia informou que é sócia minoritária e proprietária de 16% da concessão do Mineirão. A empresa confirmou que vendeu parte de suas ações, mas afirmou que os recursos recebidos foram totalmente destinados à operação da construtora, não tendo havido repasse de qualquer montante a nenhum político ou partido. "Após vários meses de negociações entre representantes das partes envolvidas, a empresa vendeu 3% das ações, conforme aprovação por unanimidade registrada em Ata da Assembleia Geral Extraordinária da Minas Arena", registra o texto. A HAP Engenharia disse ainda que está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários. Por sua vez, a Minas Arena informou que nem a JBS, nem sua controladora J&F, são acionistas do estádio Mineirão. "Para a formalização da compra e venda de ações, são necessárias autorizações em função de contratos financeiros, que não foram apresentadas. O Mineirão reforça seu compromisso com a transparência e a ética e está integralmente à disposição das autoridades competentes para fornecer todas as informações necessárias", informou a concessionária.
O empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS, disse em seu acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR) que teria repassado R$30 milhões em propina para o governador mineiro Fernando Pimentel (PT). A transação teria ocorrido em outubro de 2014 e envolveria o estádio Mineirão. Na época, Pimentel era candidato ao governo de Minas Gerais e vence a eleição. Segundo Joesley, o pedido do montante foi feito por intermédio de Edinho Silva (PT), que na ocasião era o tesoureiro da campanha de reeleição de Dilma Rousseff à presidência da República. O empresário disse que também tratou do assunto com Dilma, que teria confirmado a necessidade do repasse e recomendado que Pimentel fosse procurado. Joesley e o atual governador mineiro teriam se encontrado no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte. O dono da JBS disse em depoimento ter recebido a orientação de fazer o pagamento dos R$30 milhões por meio da compra de participação de 3% na empresa que detém a concessão do Mineirão. Ele teria sido apresentado ainda no aeroporto ao dono de uma construtora. "Nos contratos, agora nós somos donos de 3% do estádio. E eu acho que esse rapaz de alguma forma passou o dinheiro para o Pimentel", disse o empresário em seu depoimento à PGR. Segundo documentos entregues por Joesley à PGR, a construtora mencionada é a HAP Engenharia. Ela é acionista da Minas Arena, concessionária responsável pela reforma do Mineirão para a Copa do Mundo de 2014 e atual administradora do estádio. Investigado na Operação Lava-Jato, Joesley Batista teve seu acordo de delação premiada
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