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Quadrilhas da Região dos Lagos buscavam expansão, diz polícia do Rio

Vinícius Lisboa - repórter da Agência Brasil

30/05/2017 13h49

As quadrilhas de tráfico de drogas na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, que foram alvo de operação policial realizada hoje (30), buscavam expandir controle territorial e poderio bélico. Segundo os delegados responsáveis pela operação da Polícia Civil, Felipe Curi e Gustavo Castro, os criminosos pertenciam à facção Comando Vermelho e recorriam a quadrilhas da capital para obter armas e drogas. "Os traficantes presos são residentes e nascidos nas cidades em que são organizados. O que houve foi uma tentativa de melhora e de incremento da atividade criminosa deles", disse Curi, que afastou a hipótese de migração de criminosos da capital. "Não notamos que houve pessoas de comunidades daqui [da capital] que foram para lá [Região dos Lagos]. Houve uma melhor conexão das comunidades daqui com os traficantes de lá", opinou. Explicou que as investigações partiram da percepção de que havia um recrudescimento da atuação do tráfico de drogas na Região dos Lagos. A polícia agiu preventivamente. "Agimos rápido para que não houvesse o aumento da força desse pessoal", afirmou. As investigações da Delegacia de Combate às Drogas duraram cerca de um ano e revelaram que mulheres integrantes das quadrilhas eram usadas para transportar armas em carros particulares. Elas buscavam os equipamentos principalmente nas favelas Parque União, Nova Holanda e Mangueira, na zona norte do Rio. As suspeitas também levavam drogas para a Região dos Lagos, mas o transporte era feito por meio de ônibus comuns. O faturamento das quadrilhas chegava a R$ 250 mil por semana. Os policiais identificaram que algumas delas já possuíam fuzis para se defender de operações policiais e de ataques de criminosos rivais. A operação conseguiu cumprir 28 dos 38 mandados de prisão preventiva determinados pela Justiça. Entre os presos há três mulheres, e duas continuam foragidas. Segundo os delegados, muitos dos presos já tinham passagem pela polícia, mas tinham sido presos em situações de flagrante em que as investigações produziram pouca materialidade sobre a atuação da quadrilha. Com as investigações realizadas, os delegados acreditam que há mais elementos que possibilitem a condenação.