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Na China, Temer diz que Brasil está comprometido com o multilateralismo

Ana Cristina Campos - Enviada especial da Agência Brasil*

05/09/2017 07h24

O presidente Michel Temer reiterou hoje (5) a abertura do Brasil ao mundo e defendeu um sistema internacional baseado em regras definidas coletivamente. "O compromisso do Brasil com o multilateralismo é inequívoco", disse, em discurso no Diálogo de Economias Emergentes e Países em Desenvolvimento do Brics, grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul. A reunião com os cinco líderes do Brics mais os presidentes do Egito, da Guiné, do México, do Tadjiquistão e da Tailândia foi o último compromisso de Temer em sua viagem de seis dias à China. O presidente já embarcou da cidade chinesa de Xiamen para Brasília, onde a chegada está prevista para amanhã (6). Temer reafirmou a convicção do Brics com o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio e com a implementação do Acordo de Paris sobre Mudança do Clima. "O Brasil soma sua voz às daqueles que prestigiam o diálogo, que se apegam ao primado do Direito, que atuam sob o signo da cooperação", disse. Ainda segundo ele, o desenvolvimento sustentável deve ser necessariamente compartilhado. "É ilusão acreditar que possa haver desenvolvimento para uns e não para outros. É um equívoco pensar que seja viável, no longo prazo, este mundo em que ilhas de prosperidade e bem-estar convivem com a exclusão da maioria", afirmou. Cúpula do Brics Como anfitrião da 9ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do Brics, o presidente chinês Xi Jinping, em seu discurso final aos líderes dos mercados emergentes, informou que a China vai destinar US$ 500 milhões para um fundo de assistência de cooperação Sul-Sul. "O dinheiro será usado para ajudar outros países em desenvolvimento a fazer frente a desafios como fome, refugiados e mudanças climáticas", disse Xi. O presidente chinês lembrou que os países emergentes responderam por 80% do crescimento global no ano passado, tornando-se os principais motores da economia mundial. Nesse sentido, ele pediu esforços das nações em desenvolvimento para aumentar sua representatividade na governança econômica global, a fim de "promover uma ordem internacional mais justa e equitativa". Xi Jinping também ressaltou a necessidade de os membros do Brics aumentarem a confiança estratégica mútua e reforçarem a cooperação nas áreas de política e segurança. Ontem, na Declaração de Xiamen, os líderes condenaram os testes nucleares norte-coreanos. A próxima cúpula do Brics, em 2018, será na África do Sul. *A repórter viajou a convite do Centro de Imprensa China-América Latina e Caribe