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Rodrigo Maia sugere a Pezão a exoneração do secretário de segurança

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

22/09/2017 19h03

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sugeriu nesta sexta-feira (22) ao governador Luiz Fernando Pezão que exonere o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá. A declaração foi dada à revista Veja e confirmada, em nota, pela assessoria da presidência da Câmara.

"A crise na Rocinha mostra que, infelizmente, o secretário Roberto Sá perdeu as condições de comandar a política de segurança pública do Rio. Falo isso com respeito e admiração pela trajetória dele", disse Maia.

Questionado mais tarde, durante entrevista coletiva, sobre as declarações do presidente da Câmara, o secretário não quis entrar em atrito. "Esse cargo é do governador enquanto ele achar que devo permanecer, respondeu."

Os confrontos na Rocinha começaram no último domingo (17) com uma disputa entre bandidos pelo controle do tráfico de drogas na favela, localizada em São Conrado, zona sul carioca. Na ocasião, não houve atuação efetiva das forças policiais.

O quadro voltou a se agravar nesta sexta-feira (22) e o governador pediu então ao Ministério da Defesa que as Forças Armadas atuassem no entorno da comunidade. O primeiro contingente de militares chegou à Rocinha às 16h10, com o objetivo de fazer um cerco na favela, em apoio às operações das polícias Militar e Civil.

Em nota, o governo fluminense disse que "vem priorizando a política de segurança, apesar de todas as dificuldades que tem enfrentado, ciente de suas responsabilidades e da importância da preservação da vida".

O governo esclareceu que "para o cumprimento dos seus objetivos, o estado tem trabalhado de forma integrada com as forças federais, sob a coordenação do secretário de Segurança Roberto Sá, que tem sido incansável no cumprimento do dever".

"Rio não está em guerra", diz secretário

No começo da noite desta sexta-feira (22), Roberto Sá afirmou em entrevista coletiva que a operação das forças de segurança, com apoio de 950 homens das Forças Armadas, na Rocinha, zona sul do Rio, "não tem hora para acabar". "Estaremos lá por tempo indeterminado", afirmou o secretário, após reunião de seis com a chefia o Estado Maior das Forças Armadas.

Questionado, Sá negou que o Rio de Janeiro, que registrou tiroteios em ao menos sete comunidades nesta sexta, esteja em guerra. O secretário também negou que os conflitos em outras regiões tenham sido orquestrados.

"O Rio não está guerra. Tem uma situação de violência urbana difícil", disse ele, destacando a topografia e a existência de facções de traficantes e milícia que disputam território com uso de armamento de guerra.

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