Secretaria de Saúde do Rio defende médica acusada de omissão de socorro
A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro divulgou, nesta quarta-feira (18), nota em que repudia a agressão sofrida na madrugada de ontem (17) pela médica de plantão na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA Cabuçu), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. No texto, a secretaria afirma que não houve omissão de socorro no episódio e que a profissional não poderia sofrer qualquer tipo de agressão por parte dos policiais militares (PMs) que levaram à UPA três homens feridos em tiroteio.
De acordo com a Polícia Militar, médica recusou-se a atender os três homens feridos, e estes morreram. Segundo os policiais, a médica sugeriu que os três, que estavam presos sob custódia da PM, fossem levados para o Hospital Geral de Nova Iguaçu, que fica a cerca de 18 quilômetros da UPA.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver que um dos policiais se exalta com a médica, enquanto outro a segura. Ela foi encaminhada à delegacia, onde os policiais registraram queixa por desacato, afirmando que a médica feriu um deles no rosto e o chamou de "animal".
Segundo o relato da médica, os três óbitos já tinham sido constatados. Ela ressaltou que um dos feridos trazido pelos policiais chegou a ser acolhido e levado para a sala vermelha da unidade. Os outros dois, de acordo com a profissional, também seriam acolhidos e levados ao necrotério da UPA - após confirmação da coordenação médica de que havia capacidade para receber os corpos no local.
A médica narrou, ainda, que a agressão começou após os policiais terem recolhido o cadáver da sala vermelha e decidido levar os três homens para outra unidade de saúde, mesmo depois de a médica ter comunicado aos policiais militares que os três seriam acolhidos na UPA e encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML), seguindo os trâmites legais.
A Secretaria de Estado de Saúde ressalta a importância da integração entre os profissionais da saúde e da segurança pública, já que estão expostos no seu dia a dia ao estresse comum a ambas as profissões.
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro considerou a atitude dos policiais uma agressão absurda e desnecessária.
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