Caminhoneiros dizem que frete baixou muito e temem perder veículos
Um dos maiores temores dos caminhoneiros que participam da paralisação é não poder pagar as prestações contraídas e acabarem perdendo o veículo. O aumento de caminhões nas estradas nos últimos anos, fruto de incentivos do governo para renovar a frota, somado à crise econômica iniciada em 2014, resultou no rebaixamento dos fretes. "Eu comprei o caminhão em 2014, achando que a economia ia melhorar. Mas foi só descendo. Antes eu tirava R$ 5 mil líquidos por mês e sobrava dinheiro para pagar a faculdade da minha filha. Agora não sobra nada. Só a prestação do caminhão é R$ 3.800. Este mês já está atrasado. Se eu perder o veículo, vou voltar a ser empregado", lamenta Elias Viana, motorista há 23 anos. Assim como ele, centenas de outros caminhoneiros que estão parados às margens da BR 116, na Rodovia Presidente Dutra, em Seropédica, cidade da região metropolitana do Rio de Janeiro, demonstram muita preocupação com o futuro. Nesta terça-feira (29), os caminhões continuavam estacionados em um posto de combustível e em um terreno no outro lado da via. Para eles, só atrelando o preço do frete à variação do óleo diesel pode reequilibrar as contas da categoria. "A nossa tabela do frete tem que ser corrigida pelo diesel. Cada vez que subir o combustível, sobe também o frete", disse Carlos Roberto dos Santos, que trabalha atrás do volante há 33 anos.
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