Saneamento é questão chave para segurança hídrica, diz diretor da CNI
O saneamento é atualmente uma questão chave ao se pensar sobre segurança hídrica, disse hoje (27) o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bomtempo, durante o Rio Water and Business. O evento, organizado pela CNI em parceria com a Rede Brasil do Pacto Global e Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebeds), foi realizado no centro de convenções Riocentro, no Rio de Janeiro. Bomtempo disse que a meta brasileira é de alcançar a universalização até 2033, no entanto, um estudo elaborado pela CNI projeta que, no ritmo atual, o compromisso só será cumprido em 2054. "Temos um dever de casa para fazer. Os índices hoje não são satisfatórios e a indústria tem que ser inserida nesse contexto. Só juntos vamos conseguir construir algum tipo de alternativa para esse problema mundial relacionado à disponibilidade hídrica". Uma das principais questões que se coloca no debate é o papel do investimento privado, assunto que ganhou destaque na pauta do Congresso Nacional a partir da publicação de Medida Provisória (MP) 844/2018. Editada em julho pelo presidente da República, Michel Temer, ela trazia mudanças no marco legal do saneamento básico e facilitava a privatização de empresas públicas de saneamento básico. No entanto, a MP enfrentou resistências e perdeu validade, pois acabou não sendo votada dentro do prazo legal pela Câmara dos Deputados. Na visão de Bomtempo, os recursos privados poderiam ajudar na expansão das redes de saneamento básico. "Há pontos específicos que precisam ser dialogados com a sociedade, com os governos e com o setor produtivo. Eu não falaria em privatização, mas em um abertura para o capital privado, que trabalhe de forma complementar e articulado com o setor público". Segundo o gerente-executivo, o investimento no saneamento gera economia tanto para a saúde pública como para a indústria, pois provoca redução dos gastos com o tratamento de água e permite diminuir o desperdício no consumo hídrico. Dados de 2016 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) 2016 revelam que atualmente o Brasil perde 38% da água potável durante a distribuição.
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