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Preso, João de Deus é levado para Núcleo de Custódia, em Goiás

João de Deus chega à delegacia em Goiânia após ser preso - SEBASTIÃO NOGUEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO
João de Deus chega à delegacia em Goiânia após ser preso Imagem: SEBASTIÃO NOGUEIRA/ESTADÃO CONTEÚDO

16/12/2018 19h42Atualizada em 17/12/2018 02h25

O delegado-geral de Goiás, André Fernandes, informou, neste domingo (16), que o médium João de Deus, 76, será levado para o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, denominado Núcleo de Custódia. Ele ficará em uma cela individual e isolado dos demais detentos.

Segundo Fernandes, João de Deus, que também é conhecido como João de Abadiânia, foi interrogado por cerca de quatro horas na noite deste domingo. O interrogatório foi feito como base em 15 depoimentos coletados de mulheres que denunciaram diversos crimes sexuais. 

Antes de ser levado para o Núcleo de Custódia, João de Deus fará exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal), em Goiânia.

Veja momento em que João de Deus se entrega à polícia

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"Essa ação da Polícia Civil demonstra a seriedade. Em momento algum nós nos furtamos", disse André Fernandes antes de interrogar o médium. "É o momento de a Polícia Civil confeccionar suas provas. Temos uma polícia séria e um poder Judiciário sério. As vítimas que queiram procurar [a polícia] podem procurar."

André Fernandes admitiu que o médium pode ser beneficiado em decorrência da idade elevada e do estado de saúde. Segundo o delegado, são benefícios assegurados na lei. Porém, ressaltou Fernandes, há semelhanças entre os depoimentos envolvendo vários suspeitas de crimes.

"Contra costumes diversos, mediante fraudes, várias tipologias pela equipe e que, ao final, teremos uma posição mais clara", afirmou o delegado.

Após coletar 15 depoimentos, André Fernandes disse que há fortes indícios de culpa por parte do médium. "O que chama mais atenção é a singularidade de comportamento. Nesses depoimentos há um ato comum, um modus operandi [modo de agir] comum. A gente percebe uma igualdade de comportamento."

Para o delegado, "é difícil" ocorrer uma acareação entre as mulheres e o médium, embora a possibilidade exista. Ele disse que voluntários e funcionários da Casa Dom Inácio de Loyola, denunciados por cumplicidade, serão ouvidos.

Fernandes afirmou que, após a prisão de João de Deus, a tendência é de mais denúncias surgirem. O delegado lembrou que, antes das acusações que vieram à tona no programa Conversa com Bial, há três denúncias em investigação.

Questionado sobre as denúncias, André Fernandes foi objetivo ao definir o conteúdo. "[Temos] vários depoimentos, o que reforça o comportamento de abuso."

Outro lado

O advogado Alberto Toron, defensor do médium, informou que apresentará nesta segunda-feira (17) pedido de habeas corpus para que ele cumpra em casa a prisão preventiva. Segundo ele, João de Deus nega todas as acusações.

Toron disse ainda que, ao se entregar à polícia, João de Deus não passou mal, mas apenas tomou um medicamento para baixar a pressão. O advogado reiterou que o médium tem saúde debilitada, é idoso e já passou por um câncer.

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no título original desta reportagem, o Núcleo de Custódia fica em Aparecida de Goiânia.