Polícia Federal prende duas pessoas na 59ª fase da Lava Jato
A Polícia Federal (PF) prendeu hoje (31), na 59ª fase da Operação Lava Jato, o ex-presidente e acionista do Grupo Estre Wilson Quintella Filha e o advogado Mauro Morais. A PF tinha também um mandado de prisão contra o executivo Antonio Kanji, mas ele não foi localizado. De acordo com a polícia, ele deverá se apresentar nesta sexta-feira (1º). Os três, inicialmente, ficarão presos temporariamente por cinco dias.
Foram cumpridos ainda 16 mandados de busca e apreensão na cidade de Araçatuba, em São Paulo, e na capital paulista. A ação contou com a participação de 60 agentes da PF e apoio de 16 auditores fiscais da Receita Federal.
As investigações colheram indícios que apontam que os executivos do Grupo Estre pagavam vantagens indevidas, de forma sistemática, a executivos da Transpetro para conseguir contratos. O esquema envolvia o pagamento de um percentual de propina, que alcançou o montante de até 3% do valor de 36 contratos formalizados com a estatal entre 2008 e 2014. Segundo a Polícia Federal, os contratos somam mais de R$ 682 milhões.
Em nota, o Grupo Estre disse que está colaborando com as investigações. "A Estre Ambiental vem colaborando com a operação e permanecerá à disposição das autoridades competentes para prestar todos os esclarecimentos necessários e colaborar com as investigações", destaca a nota do grupo.
Valores
As investigações têm como base a delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. De acordo com a Polícia Federal, no período de 2008 a 2014, foram repassados milhões de reais a agentes políticos. Desse total, o colaborador teria recebido R$ 2 milhões por ano, a título de vantagem indevida, além de R$ 70 milhões no exterior.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o escritório de advocacia de Mauro Morais foi usado para a movimentação de valores ilícitos e geração de dinheiro em espécie em favor das empresas do grupo investigado.
O sistema utilizado para ocultação e dissimulação da vantagem indevida ocorreu mediante a utilização de contas de passagem e estruturação de transações financeiras. O objetivo era evitar comunicação de operações suspeitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Os investigados responderão pela prática dos crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
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