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OEA pede explicações sobre interrupção de contagem de votos na Bolívia

Eleições na Bolívia - Aizar Raldes/AFP
Eleições na Bolívia Imagem: Aizar Raldes/AFP

21/10/2019 14h45

A Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu que o Tribunal Supremo Eleitoral boliviano explique porque a transmissão dos resultados preliminares foi interrompida na noite de ontem (20). A Missão de Observação Eleitoral conta com 92 observadores e acompanha as eleições na Bolívia e o processo de publicação de resultados.

A OEA afirmou, no Twitter, que a Missão têm observadores e técnicos nos nove Tribunais Eleitorais Departamentais (TED) e que é crucial que o processo transcorra com agilidade e transparência. A OEA também tem observadores para o processo eleitoral boliviano no exterior em três países: Argentina, Brasil e Estados Unidos.

O último resultado parcial na página do Órgano Electoral Plurinacional (OEP) da Bolívia foi publicado às 19h40 da noite de ontem (20). O informe afirma que 89% das urnas tinham sido apuradas, com 45,28% dos votos para Evo Morales contra 38,16% para Carlos Mesa.

Por volta das 23h de ontem (20), o Tribunal Supremo Eleitoral havia interrompido a contagem dos votos. A informação é de que a apuração seria retomada na manhã de hoje.

Na Bolívia, para vencer a eleição em primeiro turno, o candidato deve receber mais de 50% dos votos ou 40% com uma diferença de mais de dez pontos percentuais em relação ao segundo colocado.

Cerca de 7,3 milhões de bolivianos estavam aptos a votar nas eleições de ontem. Até a divulgação do resultado parcial, Evo Morales tinha 2,2 milhões de votos e Carlos Mesa, 1,9 milhões. Este resultado parcial leva as eleições para um segundo turno, a ser realizado no dia 15 de dezembro. A posse acontecerá dia 22 de janeiro de 2020.

Candidatura questionada

O atual presidente, Evo Morales, concorre ao quarto mandato consecutivo, com uma candidatura à reeleição questionada pela oposição.

Em fevereiro de 2016, Morales perdeu nas urnas um referendo sobre a possibilidade de reeleição. A opção "não" teve 51,3% dos votos. No entanto, uma decisão do Tribunal Constitucional, em 2017, habilitou Morales a seguir concorrendo à reeleição indefinidamente, alegando que é um direito humano o de "eleger e ser eleito". A oposição afirma que Morales está desrespeitando o voto e a escolha dos cidadãos no referendo de 2016.

O presidente da Colômbia, Iván Duque, disse que fará uma consulta à Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), sobre os riscos de reeleições indefinidas para a democracia na América Latina. Ele afirma que a prática é antidemocrática e traz riscos para as instituições.