Jogador Paulinho sofre intolerância religiosa após estreia na seleção
O atacante Paulinho, do clube Atlético-MG, foi alvo de intolerância religiosa nas redes sociais após sua estreia na seleção brasileira de futebol.
Na última quinta-feira (16), o Brasil foi derrotado de virada por 2 a 1 pela Colômbia em partida válida pela 5ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026.
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No perfil do jogador nas redes sociais, foram postadas mensagens com ofensas à religião de Paulinho, que é praticante do candomblé. Em diversos posts, ele foi chamado de "macumbeiro".No dia 6 deste mês, após ter sido convocado para a seleção, Paulinho postou uma foto com a camisa verde e amarela e a frase: "Nunca foi sorte, sempre foi Exú". No candomblé, Exu é um orixá, um mensageiro espiritual.
Mensagens de apoio
O jogador recebeu mensagens de solidariedade em seu perfil. "A intolerância religiosa é crime e deve ser combatida por todos. O Galo repudia veementemente os ataques destinados ao nosso atleta Paulinho, nas redes sociais, durante a partida da Seleção Brasileira. Força, Paulinho. Que sua fé te proteja da maldade alheia!", disse o clube mineiro, onde o atleta atua.
"É inadmissível tamanha intolerância e racismo religioso, que hoje foram direcionados ao Paulinho, mas que estão cada vez mais crescentes nos esportes e em nossa sociedade. Quero aqui reforçar que estas práticas são criminosas e precisam ser devidamente tratadas", afirmou o deputado federal Pastor Henrique Vieira (Psol- RJ).
A escola de samba Mocidade postou que em "pleno 2023 e ainda temos que lutar contra intolerância religiosa. Cansa, desgasta, mas, lutaremos até o fim. A Estrela aqui se solidariza com meu caçador e repudia todos os ataques que ele sofreu durante o jogo do Brasil".
No início do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 14.532/23, que equipara a injúria racial ao crime de racismo. A lei também endurece a pena para quem obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas.
As religiões de matriz africana estão entre as que sofrem mais sofrem ofensas e discriminação. De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, nos últimos dois anos, os atos de intolerância religiosa cresceram 45%.
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