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Haddad tenta acordo para evitar caos no trânsito em jogos do Brasil

Em São Paulo

20/06/2014 07h37Atualizada em 20/06/2014 12h44

Após ser derrotada na Câmara Municipal pela segunda vez em sua tentativa de decretar feriado na segunda-feira (23), a Prefeitura usou uma propaganda de rádio ontem para "culpar" os vereadores pelos possíveis transtornos no trânsito.

No dia 23, Holanda e Chile se enfrentam no Itaquerão, às 13h. Quatro horas depois, o Brasil joga contra Camarões, em Brasília.

Com a expectativa de caos, o prefeito Fernando Haddad (PT) ainda apelou à população que evite deslocamentos e aos empregadores que liberem funcionários de forma escalonada.

Nesta sexta (20), representantes da Prefeitura têm reuniões com associações e entidades que representam comerciários, supermercados e bancos para negociar horários alternativos de trabalho na segunda.

Por causa do jogo na Arena Corinthians, a Radial Leste ficará interditada das 7h às 17h. Para atenuar os efeitos no tráfego, a administração ainda declarou ponto facultativo nos órgãos públicos e estendeu o rodízio para carros de placas 1 e 2 durante todo o dia: das 7h às 20h.

As medidas visam evitar que o congestionamento alcance outra marca recorde, como ocorreu uma hora antes do último jogo do Brasil, terça-feira, 17, quando a cidade teve 302 quilômetros de lentidão às 15h.

Na quinta-feira, 19, em entrevista à Radio Estadão, Haddad pediu para que as pessoas fiquem atentas. "Quem puder, escalone a liberação de seus funcionários, adie trajetos pela cidade, de segunda para terça, e assim por diante. Isso tende a aliviar, apesar de não ser o ideal", disse o petista.

A vice-prefeita, Nádia Campeão (PCdoB), ainda recomendou um melhor planejamento dos paulistanos na volta do feriado de Corpus Christi. "Quem sair para o feriado prolongado pode retornar ou no domingo ou na segunda-feira após o jogo", sugeriu.

Derrota

No rádio, a Prefeitura diz estar "buscando alternativas", "uma vez que a Câmara não aprovou o feriado".

Nem a base aliada deu quórum suficiente para abrir a votação na quarta-feira (18).

Mas Haddad atenuou a falta de união dos vereadores que teoricamente lhe dão sustentação na Casa, como representantes do PR, DEM e PMDB. O prefeito preferiu dizer que eles não tiveram tempo suficiente para se debruçar sobre algo que já tinha sido decidido no mês passado - a mesma solicitação foi rejeitada no dia 20.

Haddad afirmou, porém, que a oposição agiu de forma incorreta. "Poderia ter votado contra, mas ao menos dado quórum. A oposição tem confundido os interesses da cidade com interesse políticos partidários", reclamou.

Líder do PSDB, o vereador Floriano Pesaro disse que a oposição fez o seu papel, de fiscalizar e cobrar planejamento da Prefeitura.

Segundo ele, o tema entrou em pauta de última hora. "O prefeito tem tentado de forma recorrente jogar a culpa de seus problemas para a Câmara ou para a Justiça. Mas o próprio líder do PT (vereador Alfredinho) reconheceu ontem que a base não deu apoio. Também, a base está enlouquecida com a falta de prioridade desse governo", afirmou.

Justificativa

A Secretaria Municipal de Comunicação informou na quinta-feira (19) que o anúncio veiculado nas rádios apenas informa sobre a intenção da Prefeitura de amenizar os impactos no trânsito. Não se trata, segundo a pasta, de jogar a culpa no Legislativo. Colaborou Ciro Campos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.