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Explosão em Vitória é 3º maior acidente em plataformas da Petrobras

A plataforma P-36 da Petrobras afundou em março de 2001 na bacia de Campos, no Rio, após duas explosões que mataram 11 pessoas - Antônio Gaudério/Folhapress - 16.mar.2001
A plataforma P-36 da Petrobras afundou em março de 2001 na bacia de Campos, no Rio, após duas explosões que mataram 11 pessoas Imagem: Antônio Gaudério/Folhapress - 16.mar.2001

Em São Paulo

12/02/2015 07h56

A explosão do navio-plataforma em Vitória (ES) ocorrida na quarta-feira (11) é ser o terceiro maior acidente desse tipo em plataformas da Petrobras. O maior ocorreu em 16 de agosto 1984 no poço 33 do campo de Enchova, na Bacia de Campos (RJ), quando morreram 37 pessoas e 23 ficaram feridas. O acidente começou quando houve um vazamento de gás de um poço que estava sendo perfurado. O vazamento provocou incêndios com chamas atingindo até 20 metros de altura e a queda da torre de perfuração.

As mortes foram ocasionadas pelo rompimento dos cabos de sustentação da baleeira onde estavam 57 pessoas que tentavam escapar do acidente. Os cabos não suportaram o peso e o barco despencou de uma altura de 18 metros. No momento do acidente, havia 220 pessoas na plataforma. O incêndio durou 16 horas e se extinguiu com o esgotamento do gás do poço. A 37ª vítima morreu dois dias depois.

Em 15 de agosto de 2001, três explosões na plataforma P-36, localizada no Campo do Roncador, também na Bacia de Campos, a 125 quilômetros da costa do Rio, causaram 11 mortes e resultaram no afundamento da então maior plataforma semissubmersível do mundo. As explosões ocorreram em uma das colunas de sustentação da P-36, onde estavam 175 pessoas. Durante cinco dias o Brasil acompanhou o lento afundamento da plataforma, que foi submersa em 20 de agosto.

Dias antes da explosão, responsáveis pelo corpo técnico da plataforma uma explosão emitiram boletins informando pressão anormal no sistema de eliminação de gases do equipamento e a necessidade de parar a produção para a troca de peças.

O relatório com as conclusões sobre o acidente da P-36, elaborado pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) e pela Marinha, saiu em julho de 2001 e inocentou a Petrobras, mas relatou uma sucessão de falhas de operação, de projeto e manutenção". Para David Zylberstajn, então diretor-geral da ANP, a lei de Murphy funcionou perfeitamente nesse caso, e tudo o que poderia dar errado deu. Não vamos punir a Petrobras ou quem quer que seja por desleixo".

O relatório concluiu que a principal causa da explosão na P-36 foi a falha de uma válvula que permitiu que a água e o petróleo entrassem em um tanque desativado". Quando a pressão no tanque se tornou muito alta, o equipamento se rompeu espalhando gás por toda a coluna da plataforma. Com a coluna tomada pelo gás, ocorreu a segunda explosão provavelmente no momento em que a brigada de emergência entrou na sala para verificar o que ocorria", relatou o jornal "O Estado de S. Paulo" na edição de 28 de julho de 2001.

Como o acidente no navio-plataforma, a afundamento da P-36 também ocorreu em um momento em que a Petrobras estava sob holofotes. Uma das críticas à atuação da petroleira no governo Fernando Henrique Cardoso era a produção de equipamentos, inclusive de plataformas, no exterior.

A P-36, fabricada e montada no Canadá, estava há menos de um ano em atividade, e foi uma das seis plataformas encomendadas pela Petrobras em meados dos anos 1990. O acidente na P-36 foi usado na campanha presidencial de Lula no ano seguinte. O então candidato do PT reafirmou a necessidade de que a produção de equipamentos para a Petrobras deveria ser feita no Brasil, o que reativaria a indústria naval nacional. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".