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Rota é o batalhão de SP que mais matou em 2015

De janeiro a fevereiro deste ano, 117 suspeitos foram mortos em confrontos com policiais militares ou civis em 27 cidades diferentes - o que representa quase duas mortes por dia - Mario Ângelo/Sgimapress/Estadão Conteúdo - 14.jan.2014
De janeiro a fevereiro deste ano, 117 suspeitos foram mortos em confrontos com policiais militares ou civis em 27 cidades diferentes - o que representa quase duas mortes por dia Imagem: Mario Ângelo/Sgimapress/Estadão Conteúdo - 14.jan.2014

Em São Paulo

19/03/2015 08h39

As Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), a tropa de elite da polícia paulista, é o batalhão que mais matou suspeitos de cometerem crime em São Paulo neste ano, de acordo com dados da Ouvidoria da Polícia Militar.

De janeiro a fevereiro deste ano, 117 suspeitos foram mortos em confrontos com policiais militares ou civis em 27 cidades diferentes - o que representa quase duas mortes por dia no Estado. Dessas, 12 mortes tiveram a Rota como o grupamento responsável.

Para o ouvidor Julio Cesar Neves, a letalidade da Rota é preocupante. "Ela é o departamento que exerce essa postura com notoriedade. Tem, vamos dizer assim, know-how", afirmou.

O aumento da letalidade policial nos últimos anos, segundo o ouvidor, também estaria relacionado à impunidade.

"Quando o policial vê que ninguém é punido, fica mais fácil apertar o gatilho. A impunidade não é só para a bandidagem, é dos dois lados", disse. "Na grande maioria dos casos o arquivamento é requerido pelo Ministério Público e a Justiça aceita. Não chegam sequer a serem denunciados."

Investigação

A Secretário Estadual da Segurança Pública de São Paulo anunciou que vai alterar o procedimento de investigação para casos que envolvam agentes de segurança pública.

Na prática, a medida tornará obrigatória a presença da Polícia Civil, da Polícia Militar e das corregedorias nas cenas de homicídios que envolvam agentes, sejam eles autores ou vítimas. Nesses casos, o Ministério Público também deve ser comunicado imediatamente, mas vai ficar a critério do órgão decidir se é necessário enviar um promotor de Justiça ao local.

A resolução deve valer para ocorrências que estejam relacionadas a policiais militares, policiais civis, policiais federais, agentes penitenciários, membros da Fundação Casa e guardas-civis.