Netanyahu ameaça 'guerra intensiva' se cessar-fogo no Líbano for violado
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta quinta-feira (28) que haverá uma "guerra intensiva" se o Hezbollah violar o cessar-fogo no Líbano. Foi a primeira fala do premiê após Israel aprovar na terça-feira (26) um cessar-fogo após dois meses de conflito.
O que aconteceu
Netanyahu afirmou que já deu instruções às IDF (Forças de Defesa de Israel, em português) para preparar uma "guerra intensiva". Em entrevista ao Canal 14, o premiê declarou que "se houver uma violação massiva do acordo, não apenas operaremos cirurgicamente como estamos fazendo agora, mas também com força, todas às vezes." O cessar-fogo entrou em vigor na quarta-feira (27).
Premiê israelense declarou que cessar-fogo no Líbano pode ser "curto" e que Israel o "aplicou no primeiro dia". Segundo o The Times of Israel, ele também respondeu que "a ameaça de uma invasão terrestre foi removida" após ser questionado sobre o motivo de não estar fazendo uma "zona-tampão" no sul do Líbano.
Forças de Defesa também destruíram infraestruturas na superfície da fronteira, falou Netanyahu. Além disso, bunkers e túneis subterrâneos foram atingidos. O político também voltou a falar que os moradores do norte israelense voltarão às suas residências "em etapas, quando sentirem que o que estou dizendo está correto".
Na noite desta quinta (horário local), o político se reuniu com conselheiros. Eles abordaram a continuação da guerra em suas diversas frentes, segundo o canal 13.
Ainda na entrevista, Netanyahu declarou que "fará tudo" para que o Irã não seja nuclear.
Exército libanês acusou nesta quinta Israel de ter violado "várias vezes" o cessar-fogo. "O inimigo israelense violou o acordo várias vezes", indicou o Exército, citando bombardeios aéreos e ataques contra o território libanês com "diversas armas".
Cessar-fogo
Na terça-feira, o primeiro-ministro israelense declarou que o acordo significava que Israel poderia se concentrar na "ameaça iraniana". Netanyahu descreveu que o Hezbollah já não é o mesmo grupo "que lançou uma guerra contra nós" e que Israel conseguiu "lançar o grupo décadas para trás". "Conseguimos alcançar muitos dos nossos objetivos durante esta guerra", declarou.
O líder israelense ressaltou que Hassan Nasrallah e "todos os líderes" do Hezbollah foram mortos. "Destruímos a maioria dos foguetes e mísseis. Matamos milhares de terroristas e destruímos a infraestrutura subterrânea e terrorista perto das nossas fronteiras", acrescentou na terça.
Netanyahu disse que há três razões para o cessar-fogo. A primeira é se concentrar no Irã, a segunda é permitir que as tropas descansem e reabasteçam os estoques de armas, e a terceira razão, diz ele, é desvincular as frentes norte e sul e isolar o Hamas. "Com o Hezbollah fora de cena, o Hamas fica sozinho na campanha. A nossa pressão aumentará", diz ele, ao citar que isso permitirá a Israel trazer os reféns para casa.
Primeiro-ministro acrescentou que está "determinado" a manter os soldados de Israel vivos e seguros. "É por isso que esta noite apresentarei ao gabinete um plano para um cessar-fogo no Líbano", destacou.
O acordo exige que as tropas israelenses se retirem do sul do Líbano e que o Exército libanês se posicione na região dentro de 60 dias. O Hezbollah, por sua vez, encerraria sua presença armada ao longo da fronteira ao sul do rio Litani.
Há mais de um mês, o Líbano esperava pelo cessar-fogo. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, disse em outubro que estava fazendo tudo o que era possível para a negociação e que estava otimista com a possibilidade. A expectativa, no entanto, foi frustrada por Israel, que sinalizou rejeição com expansão de ataques.
(Com AFP)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.