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Só 3 dos 18 DPs procurados fazem boletim de roubo de celular sem IMEI

Em São Paulo

21/07/2015 08h55

Fixados em paredes diferentes, dois cartazes dão o mesmo aviso a quem chega à sala de atendimento ao público do 1º Distrito Policial (Sé), na rua da Glória, na Liberdade, região central da capital paulista: "Furto e/ou roubo de celulares (...) só serão registrados com os IMEIs dos respectivos celulares". Questionado, um policial repete a informação: "Precisa do IMEI tanto na internet quanto aqui".

A delegacia, que soma 1.672 roubos e 4.582 furtos em geral nos cinco primeiros meses do ano, é uma das cinco visitadas ontem pelo "Estado de S. Paulo". Outras 13 foram contatadas por telefone. Do total, 15 contrariam o que a Secretaria da Segurança Pública afirma e não registram casos se a vítima não informar o código do aparelho - cerca de 83,3% dos casos. Três, porém, disseram ser possível fazer o boletim.

Além do 1º DP, a reportagem foi, sem se identificar, aos seguintes distritos: 2º (Bom Retiro), 3º (Campos Elísios), 4º (Consolação) e 77º (Santa Cecília), todos no centro. Sem exceções, as delegacias informaram não notificar a ocorrência sem o IMEI. A reportagem não tentou registrar nenhum boletim.

"Tem de ter o IMEI, a ordem do governo é o IMEI", afirmou um policial do 2º DP, em referência à resolução SSP-3, de fevereiro. "Se você não consegue (o número), não avança", justificou. No 3º DP, outro agente apontou para o computador e disse que o "sistema não aceita" fazer o registro sem o código.

A história se repetiu nas seguintes delegacias, procuradas por telefone: 23º DP (Perdizes), na zona oeste; 50º (Itaim Paulista), 30º (Tatuapé), 42º (Parque São Lucas), 54º (Cidade Tiradentes) e 70º (Sapopemba), zona leste; 36º (Vila Mariana), 37º (Campo Limpo) e 48º (Cidade Dutra), zona sul; e 28º (Freguesia do Ó), zona norte. Apenas três DPs disseram fazer o registro: 45º (Vila Brasilândia) e 90º (Parque Novo Mundo), na zona norte, além do 7º (Lapa), zona oeste.

Internet

O IMEI é um campo obrigatório no BO eletrônico. Sem ele, a vítima não consegue finalizar a ocorrência envolvendo celular.

As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".