Em abordagem, policial ameaçou raspar tatuagem de vítima da chacina de Osasco
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo investiga outros policiais suspeitos de ocultarem uma apreensão de droga e agredirem uma das vítimas da chacina de Osasco e Barueri - um mês antes de a série de mortes acontecer.
Rafael Nunes de Oliveira, 23, foi abordado por uma guarnição do 42º Batalhão, cujos integrantes ameaçaram "raspar" com uma faca a tatuagem que a vítima tinha na barriga. As informações dão base a um dos pedidos de busca e apreensão elaborados pela Corregedoria e deferido pela Justiça Militar.
Oliveira foi morto às 21h30 do dia 13 de agosto na Rua Moacir Sales D'Ávila, no bairro Vila Menck, em Osasco. A vítima estava na calçada, acompanhada por duas pessoas, quando ocupantes de um carro pararam próximo do grupo e atiraram. Rafael morreu no local e outra pessoa ficou ferida. A perícia apontou que a munição calibre 9 mm, de uso restrito da Polícia Federal e das Forças Armadas, foi usada no ataque.
Um mês antes da chacina, Oliveira tivera seu veículo apreendido por PMs. Na oportunidade, a vítima estaria portando droga, que teria sido guardada por um dos policiais no carro. Não foi revelada a quantidade nem o tipo. A corregedoria confirmou que a ocorrência da apreensão do carro existiu e dela participaram um sargento e três soldados.
Busca
Uma testemunha relatou também que, em outra ocasião, Oliveira foi agredido por PMs, e um deles pediu uma faca para raspar a tatuagem que a vítima tinha na barriga. Outro soldado, que não participou da primeira abordagem, foi reconhecido por uma fotografia.
Os policiais militares envolvidos nessas ocorrências tiveram as residências vasculhadas por investigadores, que recolheram documentos e celulares no fim da semana passada. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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