Coronel da PM do Rio precisou montar "operação de guerra" para fim de semana
Na contramão da fala do secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, o chefe de Gabinete do Comando-Geral da Polícia Militar, coronel Íbis Pereira, defendeu a ação da Defensoria Pública, que originou a decisão judicial proibindo apreensões de adolescentes sem flagrante na capital fluminense. Em audiência pública sobre os arrastões ocorridos nas praias da zona sul no último fim de semana, ele disse que a cidade está se transformando em "uma batalha". Ele declarou que a polícia precisou montar "uma operação de guerra" para atuar na orla, já a partir do próximo sábado (26).
"A atuação da Defensoria Pública está dentro da lei. Não tem uma linha fora do Estatuto da Criança ou da Constituição. Estamos desde domingo crucificando uma defensora pública (Eufrásia das Virgens) que estava cumprindo seu papel. Isso é um absurdo", afirmou.
O coronel defende que os arrastões provoquem uma "reflexão" e diz que a polícia não deve atuar na prevenção desses roubos. "É claro que o arrastão é um caso de polícia. Isto é uma obviedade. As forças de segurança estão nas mãos do Estado e da União. Mas segurança publica não. Segurança pública é muito mais do que polícia. A polícia ostensiva sozinha não faz prevenção de arrastão", afirmou.
Íbis Pereira acredita que os jovens cometem crime na orla em busca de visibilidade. "Eles estão querendo visibilidade. Estão querendo ser vistos, porque eles são invisíveis. O crime começa quando a gente nega reconhecimento. O que está faltando não é polícia, é política", defendeu.
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