Justiça converte prisão de PMs acusados de execução no Rio em preventiva
A Justiça do Rio de Janeiro converteu a prisão em flagrante em preventiva dos quatro policiais militares acusados de matar cinco jovens próximo ao Morro da Lagartixa, em Costa Barros, na zona norte, no último sábado (28). A decisão foi tomada pelo juiz Sandro Pitthan Espíndola, do plantão judiciário.
Na prática, a decisão oficializa judicialmente a prisão dos PMs. Eles podem ficam presos até o julgamento, a menos que seja obtido habeas corpus após pedido da defesa dos policiais.
Os soldados Thiago Resende Viana Barbosa e Antônio Carlos Gonçalves Filho, o sargento Márcio Darcy Alves dos Santos e o cabo Fabio Pizza Oliveira da Silva são lotados no 41º Batalhão da Polícia Militar (Irajá, zona norte). Foram presos pelas supostas práticas de homicídio qualificado e fraude processual. Estão no BEP (Batalhão Especial Prisional) da Polícia Militar, em Niterói, cidade na região metropolitana.
Wilton Esteves Domingos Júnior, 20, Wesley Castro Rodrigues, 25, Cleiton Corrêa de Souza, 18, Carlos Eduardo da Silva de Souza, 16, e Roberto de Souza Penha, 16, foram mortos no carro em que estavam, nas proximidades do Complexo da Pedreira. Segundo a Polícia Civil, as vítimas tinham voltado de um passeio no Parque de Madureira --área de lazer na zona norte-- e resolveram sair novamente para fazer um lanche, quando foram surpreendidas pelos tiros disparados pelos PMs na Estrada João Paulo.
Além de homicídio, os policiais são acusados de fraude processual por suspeita de terem tentado modificar a cena do crime, ato do qual teria participado o quarto policial, que também foi preso. O comando da Polícia Militar exonerou o comandante do 41º Batalhão, tenente-coronel Marcos Netto, "em razão dos últimos lamentáveis acontecimentos envolvendo policiais sob o seu comando".
Polícia mais letal
Dados do 9º Anuário de Segurança Pública, publicado pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) em outubro, mostram que as forças policiais do Rio de Janeiro são as mais letais do país. A cada cem mil habitantes, no Estado do Rio, morreram 3,5 pessoas por conta de algum tipo de intervenção policial. Amapá (3,3), Alagoas (2,3), São Paulo (2,1) e Pará (1,9) aparecem na sequência. As estatísticas são de 2014.
Por outro lado, em 2014, o Rio de Janeiro teve a 13ª maior taxa média (34,7 por cem mil) de mortes violentas e intencionais. Os Estados que tiveram os três maiores índices foram Alagoas (66,5), Ceará (50,8) e Rio Grande do Norte (50).
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