PGR vê indícios contra Bendine em negócio envolvendo OAS e BB
As citações a Bendine aparecem em trocas de mensagens entre o ex-executivo da OAS Léo Pinheiro com Cunha e outros dirigentes da empresa entre 2012 e 2014. Bendine teria negociado com a OAS, em outubro de 2014, a aquisição de debêntures de R$ 500 milhões.
Num e-mail enviado a ele em 2013, Leo Pinheiro também discute a emissão de ações da Invepar - empresa constituída por fundos pensão, entre eles a Previ, dos funcionários do BB - em bolsa de valores.
Em agosto de 2014, Léo Pinheiro recebe uma mensagem de seu secretário avisando que Bendine, tratado pelo apelido "Dida", pedira uma conversa, mas "só se estivesse num telefone fixo". O secretário diz que, como o executivo estava no exterior, o presidente do BB resolveu aguardar seu retorno ao País para falar. "A necessidade de conversar com telefone fixo demonstra a consciência da ilicitude da conversa e o medo de serem interceptados", diz a PGR.
As mensagens mostram que em outubro daquele ano Bendine se reuniu com Léo Pinheiro e outro dirigente da OAS para tratar dos títulos de R$ 500 milhões. "O Dida marcou às 18h30. Terei de ir com 'ACMP', pois temos a nova debênture, que é vital", disse Leo Pinheiro.
Defesas
Em nota, Bendine disse que "todas as propostas apresentadas por clientes" ao BB tiveram tratamento "absolutamente técnico". "A conduta pessoal de Bendine nunca recebeu nenhum tipo de questionamento da força-tarefa da Operação Lava Jato. A colaboração da Petrobras com o aprofundamento das investigações, sob a gestão de Bendine, vem sendo objeto de reconhecimento público por parte de autoridades da Lava Jato."
Cunha afirmou nesta Quarta-feira (6) não ter recebido propina de qualquer pessoa e desafiou "quem quer que seja" a prová-lo. A OAS não se pronunciou. O BB afirmou que a análise de todas as propostas de negócios enviadas por grandes empresas são analisadas de acordo com critérios técnicos.
No caso da proposta da OAS, o BB informa que "foi recebida, analisada, mas não foi contratada". A assessoria de imprensa da Previ informou que o fundo "nunca comprou esse tipo de papel da referida construtora". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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