Pesquisas da zika terão verba de R$ 649 milhões
O anúncio integra as estratégias do Eixo de Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes aegypti e à Microcefalia."É um projeto ambicioso, que coloca o Brasil em um patamar de ponta em relação ao mundo todo", disse o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera.
Os R$ 649,1 milhões virão do Ministério da Saúde, da Educação e da Ciência e Tecnologia. O governo garante que os gastos estão previstos no orçamento e que nenhuma outra pasta ou programa será afetado.
Outros R$ 500 milhões ficarão disponíveis em forma de crédito pelo BNDES. Desse total, o banco oferecerá R$ 350 milhões para concessão de crédito ao setor privado, que poderão ser requisitados pelas empresas do complexo industrial da saúde para desenvolvimento, produção e comercialização de tecnologias para combater as doenças relacionadas ao Aedes. O dinheiro será liberado por meio das linhas e programas tradicionais do BNDES, como o BNDES Profarma (dependendo do subprograma, o prazo de pagamento pode ser de até 15 anos, com carência de 5).
Os demais recursos (R$ 150 milhões) são não reembolsáveis, provenientes do BNDES Funtec, e estão sendo aplicados em duas iniciativas: desenvolvimento da vacina contra a dengue pelo Instituto Butantã (R$ 100 milhões) e plano de ação contra o zika da Fiocruz (R$ 50 milhões), que inclui o desenvolvimento de testes sorológicos e moleculares para diagnosticar a doença, além de pesquisas clínicas e apoio à investigação de medicamentos e vacinas.
O BNDES diz também que "tem condições de ampliar o montante de acordo com a demanda das empresas e entidades do setor público".
Discurso
Em seu pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff diz que 93% dos recursos prometidos serão aplicados até o fim do seu mandato. "Em 2018", fez questão de frisar.
O Ministério da Saúde lançou, também ontem, um edital para financiar R$ 20 milhões em pesquisas contra o mosquito nas áreas de controle, diagnóstico, prevenção e tratamento. O ministro Marcelo Castro informou ainda uma nova fase de um estudo com a bactéria Wolbachia - que, quando presente no organismo do Aedes, impede a transmissão de doenças. Segundo ele, representantes da Fundação Bill Gates virão ao Brasil auxiliar nos próximos passos da pesquisa, que deve contemplar uma localidade maior em área e em população do que a Ilha do Governador (RJ) e o bairro Jurujuba, em Niterói, onde já foram realizados testes-piloto.
A presidente Dilma afirmou que o governo está fazendo uma "busca ativa" das crianças com microcefalia que ainda não estão sendo atendidas.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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