Lula diz que pedirá a Dilma que recorra ao STF contra impeachment
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se comprometeu na manhã desta quinta-feira (28), a levar à presidente Dilma Rousseff uma sugestão do senador do PSB Antonio Carlos Valadares (SE) para que a petista recorra ao Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar o avanço do pedido de impeachment, que deve ser votado no plenário do Senado no dia 11 de maio.
No encontro, de uma hora e meia no hotel em que Lula se hospeda em Brasília, Valadares disse ao ex-presidente que, se há uma insistência de aliados de Dilma em dizer que há um "golpe" parlamentar em curso, cabe à presidente ir ao Supremo para barrar uma eventual arbitrariedade. Para o socialista, o melhor momento a se fazer é antes da votação do plenário. O senador avaliou que, ao não fazer isso, os governistas querem ficar com o "discurso do golpe" para futuras eleições.
Valadares afirmou que o ex-presidente considerou bons os argumentos de Valadares e avisou que iria falar com Dilma. "A presidente não pode deixar de não provocar o Supremo", disse Lula, segundo Valadares. O senador do PSB contou ao ex-presidente já ter feito a mesma sugestão ao advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, em encontro recente realizado no gabinete da senadora petista Gleisi Hoffmann (PR).
O senador do PSB disse que o ex-presidente, a quem diz conhecer há "muitos anos", não pediu voto do socialista para barrar a saída temporária de Dilma. Valadares já se manifestou publicamente a favor do afastamento da petista.
Antecipação das eleições
No café da manhã, Lula perguntou a opinião de Valadares sobre a antecipação das eleições presidenciais. O senador do PSB respondeu-lhe que a medida não consta da Constituição e tampouco passaria no Congresso. Ele lembrou que o PMDB, partido cujo presidente licenciado, o vice Michel Temer, será o beneficiário com o afastamento de Dilma, comanda a Câmara e o Senado.
Lula disse ao senador do PSB que a população deveria ser consultada novamente a respeito de qual governante quer para o País. "A saída seria o povo ser ouvido", afirmou o ex-presidente.
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