Acordo de redução de sal não tem a adesão total de empresas
Caldos líquidos e em gel, que deveriam ter apresentado uma redução da substância, apresentaram no período analisado um aumento na concentração de sódio de 8,84%. De acordo com a pasta, a irregularidade já foi reparada. Como se trata de um acordo voluntário, empresas não tiveram nenhuma punição.
Feito em 2011, o acordo entre o governo e a indústria de alimentos prevê a diminuição do sódio de 16 classes de alimentos. A mudança na formulação é feita em etapas. Na primeira fase, a redução foi feita em massas instantâneas, pães de forma e bisnaguinhas.
Em uma segunda etapa, iniciada em outubro de 2011, foi a vez de salgadinhos de milho, batatas fritas, bolos, misturas para bolo, maionese, bolachas e biscoitos.
Na última fase, iniciada em novembro de 2013, a redução tem como alvo empanados, hambúrguer, linguiças cozida, resfriada e frescal, mortadela, presuntaria, muçarela, requeijão cremoso, salsicha e sopas individuais. Esta última fase é considerada a de maior impacto. Sozinha, ela representa quase 50% da meta do acordo, que prevê a redução de 28.562 toneladas de sal até 2020.
Até agora, de acordo com estimativas do governo, foram retiradas 14 mil toneladas de sódio.
O sal é considerado um fator de risco para hipertensão. Além de dar sabor, ele ajuda a conservar os alimentos, por isso, a sua adição até mesmo em alimentos adocicados, como cereais matinais e bolos.
Estudos indicam que o brasileiro usa sal em excesso e não se dá conta de ter esse comportamento de risco. A média de consumo diário do ingrediente no Brasil é de 12 gramas, mais do que o dobro recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS): 5 gramas diárias.
Embora o excesso seja evidente, pesquisa feita pelo Ministério da Saúde mostra que apenas 14,9% da população se dá conta de ter um consumo muito alto de sal. As consequências desse hábito estão estampadas em outro resultado do mesmo estudo, feito por meio de entrevistas telefônicas com a população adulta das capitais do País.
O levantamento indica que uma em cada quatro pessoas no País tem hipertensão, uma doença que, por sua vez, está associada a quase metade dos enfartes. O porcentual, considerado alto, mantém-se estável. Em 2006, 22,5% da população dizia ser hipertensa.
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