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Querem condenar uma presidenta 'inocenta', diz senadora Fátima Bezerra

26/08/2016 18h18

Brasília - Aliada da presidente afastada Dilma Rousseff, a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) provocou risadas de colegas nesta sexta-feira, 26, durante discurso na sessão do julgamento final do impeachment no Senado Federal. A parlamentar afirmou que estão querendo condenar uma "presidenta inocenta (sic)".

"Esse processo de impeachment nasceu de um ato de vingança de Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara e deputado afastado do PMDB-RJ) que segue rindo do povo brasileiro. Enquanto isso querem condenar uma presidenta inocenta", afirmou a senadora, querendo dizer que estão querendo condenar uma presidente inocente.

O termo "presidenta" foi adotado pelos aliados de Dilma Rousseff a pedido da presidente afastada, desde que ela assumiu o comando do País em 2010. A adoção do termo gera divergências entre gramáticos. Alguns estudiosos da língua portuguesa levantam dúvidas sobre se o uso é gramaticalmente correto.

Na semana retrasada, a ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que quer ser chamada de "presidente", e não de "presidenta", quando assumir o comando da Corte a partir de 12 de setembro. "Fui estudante e eu sou amante da língua portuguesa. Acho que o cargo é de presidente, não é não?", afirmou a ministra durante sessão do STF, quando questionada sobre qual dos dois termos gostaria de ser chamada.

O senador José Pimentel (PT-CE) também saiu em defesa de Dilma e disse que o Congresso não pode cassar uma presidente honesta, que não tem "qualquer acusação sobre qualquer tipo de roubo ou remessa para o exterior ou qualquer enriquecimento ilícito". Ele atacou Eduardo Cunha e voltou a afirmar que o ex-presidente da Câmara é responsável pelo processo contra Dilma por um ato de vingança.