Temer recebe e assina notificação que oficializa resultado da votação no Senado
Temer e os ministros que o acompanhavam no Palácio do Jaburu, após a votação do plenário do Senado Federal, que rejeitou por 42 votos a 36, a inabilitação da presidente deposta Dilma Rousseff (PT) para exercer cargos públicos por oito anos, classificaram de "uma vergonha, um escândalo" esta decisão. Segundo interlocutores de Temer, o novo presidente rejeita esta ideia de separação das votações e considerou esta decisão "despropositada". Estes mesmos assessores acreditam que "houve mesmo um acordão" entre o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, com a ajuda de inúmeros senadores do PMDB.
"Tem toda razão o PSDB de reclamar e questionar isso", declarou um outro assessor direto do presidente Temer. "Ficou claro que houve acordão", emendou ele, acentuando que é preciso que os partidos contrário a esta proposição se mobilizem para tentar derrubar isso no STF, embora a maior parte dos ministros que está lá tenha sido nomeada pelos governos petistas. O senador Romero Jucá (PMDB-RR), que articulou e monitorou a votação a favor de Temer, estava se movimentando para questionar esta segunda votação e tentar derrubar isso no Supremo.
O presidente Temer recebeu várias ligações cumprimentando-o enquanto estava ainda no Jaburu. Uma delas foi do senador Aécio Neves, que também se queixou da postura de Renan e do PMDB, que preservaram os direitos políticos de Dilma.
Ministros de Temer também criticaram a decisão do Senado. "Um absurdo. Isso é inadmissível", disse o ministro da Educação, Mendonça Filho, à reportagem, ao chegar ao Planalto para parabenizar Temer e acompanhá-lo na posse no Senado. Ele disse estar "indignado" com esta votação a favor de Dilma, por considerar que contraria todo o entendimento lógico e a Constituição.
Jaburu
Temer estava na parte privada da casa, ao lado de sua mulher, Marcela, no momento da votação que aprovou o impeachment. Quando voltou para a sala no Palácio do Jaburu, onde estavam vários ministros aguardando-o, já foi para receber os cumprimentos de todos.
No Planalto, o comportamento dúbio de Renan Calheiros, que votou a favor do impeachment e pela preservação dos direitos políticos de Dilma, foi muito criticado. Renan viajará com Temer para a China, onde o presidente vai participar do G-20.
Com a marcação do horário da posse para às 16 horas, o Planalto pediu dois slots para decolagem do presidente. O primeiro, para às 19 horas, e o segundo para às 21 horas. Todo o esforço, no entanto, é para que a decolagem ocorra às 19 horas. Assim que voltar do Congresso, onde toma posse, Temer comanda a primeira reunião ministerial como presidente efetivo e, em seguida, embarca para Xangai, para chegar para o encerramento da reunião de empresários.
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