Gleisi diz que ministro sabia de uma operação sigilosa com antecedência
Em evento de campanha do PSDB em Ribeirão Preto, município de Palocci, o ministro da Justiça disse que teria mais operações por vir nessa semana e chegou a afirmar que, ao serem realizadas as operações, as pessoas se lembrariam do que ele disse. Para Gleisi, o ministro não poderia estar se referindo a outra operação. "A fala do ministro é extremamente política. Ele fala rindo, querendo mostrar que tem informações privilegiadas."
De acordo com a senadora, a oposição no Senado vai entrar com duas representações contra Alexandre de Moraes: uma no Ministério Público e a outra na Comissão de Ética da Presidência da República. As duas por violação de sigilo funcional, que incorre tanto em artigo no Código Penal, quanto na lei de improbidade administrativa. Caso as acusações sejam confirmadas, os senadores pedem que o ministro seja afastado do cargo.
"Além de saber de algo que ele não poderia com antecedência, ele ainda divulgou. Nós analisamos que o ministro não pode continuar no cargo", afirma Gleisi.
No Senado, a oposição vai tomar ainda outras três medidas. Um requerimento de convocação do ministro Alexandre de Moraes, para prestar esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça, e dois requerimento de informação à Casa Civil e ao Ministério da Justiça sobre a atuação do ministro.
STF
Está marcado para esta terça-feira, 27, o julgamento da denúncia contra Gleisi pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Nessa tarde, a petista disse que espera apenas que a decisão quanto a denúncia contra ela seja justa.
"Que seja dentro da lei e da juridicidade", foi a única frase da senadora sobre o assunto. Gleisi e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, são investigados desde março de 2015 sob a suspeita de terem recebido R$ 1 milhão de propina de contratos firmados entre empreiteiras e a Petrobras. As investigações apontam que o dinheiro foi usado para custear parte da campanha eleitoral da petista em 2010. Eles negam a acusação.
No julgamento nessa terça no STF, os cinco ministros da 2ª Turma do Supremo vão decidir se tornam os dois réus na Lava Jato. Se a Corte aceitar, Gleisi será a primeira senadora com mandato atualmente alvo de uma ação penal por suposto esquema de corrupção na Petrobras.
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