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Procuradoria também quer Palocci por tempo indeterminado na prisão

30/09/2016 14h46

São Paulo e Curitiba - O Ministério Público Federal também quer Antonio Palocci na prisão por tempo indeterminado. Em manifestação ao juiz Sérgio Moro, da Operação Lava Jato, a força-tarefa da Procuradoria da República segue a mesma linha de argumentação da Polícia Federal que pediu a decretação da prisão preventiva do ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil nos governos Lula e Dilma. O pedido é subscrito pelos treze procuradores da Lava Jato.

Eles destacam que o escritório da empresa de Palocci, a Projeto Consultoria, em São Paulo, "era um dos principais locais utilizados para encontros e tratativas espúrias, conforme demonstrado nos e-mails e registros de reuniões".

Palocci foi preso em regime temporário na Operação Omertà, por cinco dias, na última segunda-feira. Nesta quinta-feira, ele foi interrogado na Polícia Federal e negou enfaticamente recebimento de R$ 128 milhões da empreiteira Odebrecht. Nesta sexta, a PF pediu a conversão da temporária de Palocci em preventiva - por tempo indeterminado.

O ponto central do pedido da PF e da Procuradoria reside na suspeita de destruição de provas a partir da descoberta do sumiço de computadores da sede da Projeto. "A retirada de computadores do local onde tais tratativas se realizavam e onde tanto Branislav Kontic (braço direito do ex-ministro da Fazenda) quanto Antonio Palocci trabalhavam é fato extremamente grave e, juntamente com os outros elementos já delineados, demonstra a necessidade de conversão da prisão temporária em prisão preventiva", cravam os procuradores.

Eles destacam ao juiz Moro "que o fato de os computadores terem sido retirados do escritório da empresa Projeto constituem circunstância totalmente nova, surgida no cumprimento das buscas e apreensões, e que, portanto, não havia sido avaliada quando da decretação da prisão temporária".

A Procuradoria anexou imagens das mesas vazias da Projeto. "Conforme revelaram as imagens reproduzidas, as estações de trabalho foram encontradas pela Polícia Federal sem a presença dos desktops, havendo no local apenas os monitores, mouses e teclados. Apesar de Branislav Kontic ter afirmado que os desktops teriam sido retirados do local por se tratarem de computadores antigos, a análise das fotografias demonstra exatamente o contrário: os equipamentos ilustrados nas imagens revelam ser bastante novos e em ótimo estado."

Os procuradores anotam, ainda: "A partir das fotos juntadas na informação, observa-se que pelo menos três estações estavam sem computador. Todavia, na busca e apreensão, foram encontrados apenas dois notebooks, o que reforça os indicativos de possível ocultação dos equipamentos eletrônicos."

Os procuradores acentuam que "há indicativos de que os investigados tenham atuado para ocultar elementos probatórios úteis à investigação". Eles registram que a PF encontrou na Projeto "fios desconectados sobre a mesa (dos computadores)".