Com escolas ocupadas, PR gasta R$ 3 milhões a mais para mudar locais de votação
De última hora, o TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) vai ter um gasto adicional de R$ 3 milhões no custo das eleições municipais deste ano, cujo segundo turno ocorre no próximo domingo. Em função do movimento Primavera Secundarista, em que estudantes ocupam escolas em todo o Estado, 205 locais de votação tiveram de ser alterados nas cidades de Curitiba, Maringá e Ponta Grossa.
A verba extra significa um acréscimo de quase 15% em relação ao custo original das eleições no Paraná, que é de R$ 22,2 milhões. A mudança impacta mais de 700 mil eleitores que votariam em escolas estaduais.
A Justiça Eleitoral abdicou de instalar seções eleitorais em todas as instituições estaduais de ensino, independentemente de estarem ou não ocupadas, mas informou que a decisão teve a ver com os protestos dos alunos. Os jovens são contra medidas recentes adotadas pelo governo federal, como a PEC do Teto e a medida provisória que reformula o ensino médio.
"Essa ação foi necessária para garantir que a eleição de segundo turno aconteça sem transtornos nos três municípios envolvidos", justifica o TRE em nota publicada em seu site. No total, 2.184 sessões serão transferidas para "locais provisórios", que podem ser acessados pelo aplicativo Onde Voto, pelo telefone (41) 3330-8880 ou nos sites do TSE e do TRE-PR.
O Paraná é o Estado que mais puxa o movimento dos alunos. Segundo lista mais recente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), as 846 instituições paranaenses ocupadas representam 76% do total no Brasil, que é de 1.108. Curitiba, Maringá e Ponta Grossa, que tiveram locais de votação transferidos, concentram 126.
O jornal "O Estado de S. Paulo" tentou contato com os TREs das demais unidades de Federação. Até o fechamento desta reportagem, apenas oito retornaram. Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Piauí e Santa Catarina, que juntas somam 87 escolas ocupadas, informaram que os locais de votação estão mantidos. São Paulo (7 escolas ocupadas) afirmou que não tem levantamento sobre a questão. Já no Rio Grande do Sul (13 institutos federais ocupados) não há registro de mudança de seção eleitoral por este motivo.
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