Alckmin: Fazenda deve abrir audiência pública para discutir ratings de Estados
"Nós temos por todas as agências privadas, a Standard & Poor's (S&P), a Moody's, o próprio BNDES, rating B", disse Alckmin, acrescentando que para o governo a classificação do Estado é C-. "Então, vai ser feita uma audiência pública e uma rediscussão dos ratings. Não só de São Paulo, mas eles vão abrir, o Ministério da Fazenda deve abrir uma audiência pública para rediscutir os ratings de maneira mais ampla. Isso deve acontecer agora em dezembro ou em janeiro", afirmou Alckmin.
De acordo com o governador, essa audiência pública pode ser convocada em dezembro e a discussão pode ser feita a partir de janeiro. Alckmin afirma que São Paulo está rigorosamente em dia com o pagamento de pessoal, fornecedores e financiamentos, mas não tem rating suficiente, no ponto de vista do governo federal, para pegar novos empréstimos, em função da classificação C-.
Nesta quinta-feira, 24, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a contratação de novas operações de crédito por Estados, em um montante total de R$ 7 bilhões. No entanto, apenas os Estados com classificação A e B poderão ter acesso aos recursos - o que não é o caso de São Paulo.
Alckmin espera, com a rediscussão do rating e a possível melhora do rating de São Paulo, justamente ter possibilidade de fechar novos empréstimos para o Estado. "Defendo os novos empréstimos porque o que pode hoje ajudar a segurar o emprego é a infraestrutura, a construção civil. Uma obra hoje em São Paulo, no metrô, tem 5.600 empregos diretos registrados. Fora os empregos indiretos. Defendo investimento em infraestrutura, saneamento básico, logística, construção civil. É importante para segurar emprego", disse o governador.
Na reunião que teve na manhã desta sexta com Meirelles, Alckmin afirmou ainda ter transmitido ao ministro "total apoio às reformas" que, segundo ele, "são importantes para o País sair da espiral recessiva".
No encontro, eles conversaram ainda sobre obras específicas no Estado de São Paulo, como as do Rodoanel e do metrô. "Nós já temos financiamento, mas precisamos de alterações só de escopo, que é parte de financiamento na Linha 5 (do metrô), poder utilizar na linha 4, enfim, não altera o valor original do contrato", disse Alckmin. "Foi uma boa conversa."
Geddel
Alckmin afirmou que as denúncias envolvendo o Ministro da Secretaria Geral de Governo, Geddel Vieira Lima, são "tema da área federal" e evitou comentar o assunto. "O governo vai encaminhar corretamente, cabe ao governo avaliar", disse Alckmin, na saída do Ministério da Fazenda, após reunião com o ministro Henrique Meirelles.
Questionado sobre como fica a situação do governo, caso sejam divulgadas gravações envolvendo o presidente Michel Temer na suposta pressão, sobre o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, para liberação de um empreendimento imobiliário de interesse de Geddel na Bahia, Alckmin foi conciso: "A gente não deve comentar especulação".
As declarações de Alckmin foram dadas antes de o Planalto, perto das 11h, confirmar que Geddel havia entregado carta de demissão ao presidente Michel Temer.
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