Topo

Doria rebaixa órgão de combate à corrupção que recuperou R$ 270 mi na gestão Haddad

Doria (d) vai rebaixar órgão que tinha status de secretaria na gestão Haddad (e) - Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Doria (d) vai rebaixar órgão que tinha status de secretaria na gestão Haddad (e) Imagem: Moacyr Lopes Junior/Folhapress

Em São Paulo

25/11/2016 07h45

O prefeito eleito, João Doria (PSDB), escolheu o procurador do Município Flavio Barbarulo Borgheresi para assumir a Controladoria-Geral do Município (CGM) em 2017, quando o órgão será rebaixado a um departamento da futura Secretaria Municipal de Justiça. O novo controlador terá como chefe o advogado Anderson Pomini, titular da nova pasta.

Borgheresi é advogado e funcionário público municipal desde 2006. Estava cedido ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), onde trabalhou na chefia de gabinete do presidente do TCE, conselheiro Dimas Ramalho, que tem atribuição de fiscalizar a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB), padrinho político do prefeito eleito. Borgheresi preferiu não falar com o Estado.

O rebaixamento de status da CGM é uma decisão tomada por Doria a contragosto de parte de sua equipe de transição. A avaliação era de que o preço da mudança seria levar a imagem de pouca preocupação com o combate à corrupção. Na manhã desta quinta-feira (24), Doria afirmou que o departamento estava "prestigiado", mesmo com a descida ao segundo escalão.

"Tem várias áreas de atuação da Prefeitura de São Paulo que não estão espelhadas em uma secretaria. Nem por isso elas deixam de ser importantes. A Controladoria está prestigiada", disse Doria. "Quero lembrar: transparência e eficiência de gestão são pontos fundamentais naquilo que nós vamos conduzir à frente da Prefeitura de São Paulo. Transparência também é eficiência de gestão. Não adianta você ter órgãos controladores sem a transversalidade, a capacidade de caminhar por todas as secretarias, e a Controladoria terá", afirmou.

O procurador foi o escolhido após a consideração de outros nomes. O ex-corregedor-geral da Administração do governo do Estado, Gustavo Hungaro, o desembargador aposentado Neves Amorim e o delegado da Polícia Federal em São Paulo Luiz Godoy foram sondados.

Ação

Durante o período em que respondeu diretamente ao prefeito Fernando Haddad (PT), a CGM demitiu 23 servidores por irregularidades e fez 13 operações em conjunto com o Ministério Público ou com a Polícia Civil. Descobriu a Máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS), que desviou R$ 500 milhões durante a gestão Gilberto Kassab (PSD) e fraudes de R$ 30 milhões no Teatro Municipal.

As ações do órgão recuperaram diretamente R$ 270 milhões em dinheiro, além de uma série de imóveis de agentes acusados de corrupção. A CGM também reorganizou processos internos na Prefeitura, que resultaram na economia de R$ 2 bilhões à cidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.