Fuvest cobra ditadura militar, crise dos refugiados e acordo de Paris
Segundo os primeiros estudantes a deixarem os locais de prova nesta tarde, mais de uma questão de História cobrou conhecimentos sobre o período em que o País foi comandado por militares, de 1964 a 1985.
Na questão sobre a crise dos refugiados, foi utilizada a emblemática foto do menino sírio Aylan Kurdi, de três anos, encontrado morto no ano passado em uma praia da Turquia após se afogar durante a tentativa de travessia para a Grécia.
Pelo menos quatro questões de diferentes disciplinas abordaram assuntos de meio ambiente. Entre eles, estavam a despoluição da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, enchentes na capital francesa, desmatamento na Amazônia, e o acordo de Paris, que prevê a diminuição das emissões de gás carbônico.
Em uma questão de Biologia, que tratava da importância da higienização e sua relação com doenças, foi utilizada a canção Ciranda da Bailarina, de Chico Buarque e Edu Lobo.
Prova trabalhosa
A maioria dos estudantes afirmou que a prova da Fuvest pedia conhecimentos bastante específicos, principalmente em Exatas, e estava mais difícil do que a do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
"Em Matemática não precisava fazer tantos cálculos, mas cobraram que a gente soubesse muitas fórmulas e regras. Eu, que tenho facilidade em Exatas, achei a prova bem difícil", diz Fernando Giacomossi, de 17 anos, que prestava Física Médica.
O formato da prova também não agradou o geógrafo Murilo Rossi, de 39 anos, que tenta uma vaga em Letras. "É uma prova muito técnica, é mais decoreba. Não faz você pensar. É aquela prova que não acrescenta nada", afirma. A prova de Matemática cobrou conhecimentos de trigonometria e potência, enquanto a de Física focou em conteúdo de eletricidade.
Já as provas de Humanas, classificadas como mais fáceis pelos estudantes, tiveram ainda questões sobre Grécia Antiga, industrialização e sobre alguns dos livros cobrados no vestibular, entre eles "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, e "Vidas Secas", de Graciliano Ramos.
Os candidatos também disseram que os textos e enunciados das questões não eram muito longos, mas, em alguns casos, confundiam sobre o foco da questão. "Parecia um pouco pegadinha, porque você lia o texto e o que a questão pedia não estava necessariamente relacionado ao que estava naquele trecho", diz Gabriel Lourenço, de 21 anos, que tenta uma vaga no curso de Farmácia-Bioquímica.
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