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Candidato há um dia, Rosso admite que pode desistir de candidatura na Câmara

Rogério Rosso (PSD-DF) é um dos candidatos à presidência da Câmara dos Deputados - Pedro Ladeira/Folhapress
Rogério Rosso (PSD-DF) é um dos candidatos à presidência da Câmara dos Deputados Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Em Brasília

10/01/2017 17h08

Um dia após se lançar oficialmente como candidato à presidência da Câmara, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) admitiu nesta terça-feira (10) que pode abrir mão de sua candidatura se, quando estiver mais próximo do pleito, avaliar que não conseguiu se viabilizar politicamente.

Ele ressaltou que hoje sua candidatura está mantida. "Temos ainda 80% da campanha. Como política é igual a nuvem, nós imaginamos que a cada dia teremos surpresas. Não tenho nenhuma dúvida que essa é a eleição mais difícil da história da Câmara. Aquilo que parece, não é", declarou.

Apesar de parte de seu partido pressioná-lo a desistir, Rosso diz que da mesma forma que pode desistir, pode convencer outro a abrir mão da disputa. "O que está em jogo é uma coisa muito séria, que é a presidência da Câmara dos Deputados, que por essa configuração atípica dos próximos anos, será a vice-presidência da República. Não pode ser um vale-tudo, ter uma candidatura para marcar posição. A gente vai enfrentar matérias aqui que vão exigir 308 ou mais votos. A gente tem de evitar um racha. Esse é meu espírito: evitar qualquer tipo de racha", afirmou.

Minutos antes do lançamento da candidatura de seu aliado, o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), Rosso disse que se dá bem com o deputado goiano, que mais para frente pode "somar" votos com ele, mas que Jovair também pode "ter o desprendimento" de desistir.

"O projeto pessoal, e não falo do Jovair, quando você vai muito em cima dele e desconsidera consensos, pode ser um projeto muito 'self'", disse, em uma referência indireta a Rodrigo Maia (DEM-RJ), candidato à reeleição. Rosso insistiu que não há ciência exata na política e não quis revelar quando vai tomar a decisão de "somar" apoio a Jovair ou vice-versa.

Rosso disse que tem o apoio de "vários deputados de vários partidos" e afirmou que a Casa tem a tradição de não ter unanimidades nas bancadas. Ele não revelou quantos votos teria se a eleição fosse hoje, mas acredita que teria número suficiente para disputar um segundo turno. O parlamentar admitiu que tem mantido mais conversas telefônicas com os "eleitores-deputados".

O líder do PSD defendeu que não haja formação de blocos partidários este ano para a composição dos cargos da Casa. "Não ter blocos é um caminho, se respeita a proporcionalidade e o tamanho das bancadas", comentou. Ele, no entanto, acredita que a oposição se juntará no próximo biênio em um bloco único.

Rosso voltou a repetir que não tem interesse em desistir para assumir a liderança do governo na Câmara e reafirmou que o presidente Michel Temer não pretende interferir na disputa interna. Ele ressaltou que sua questão com Maia não é pessoal, se restringe à impossibilidade legal dele concorrer mais uma vez ao cargo, e sugeriu que Maia tivesse "um gesto de grandeza", abandonasse o projeto pessoal e desistisse. "Projeto de governo não é", alfinetou.